sábado, 24 de julho de 2010

Não há Stress!

Estou aliviado.

Os Bancos portugueses sobreviveram confortavelmente aos testes de stress que incluiam quebra acentuada do PIB e aumento significativo do desemprego.

Portanto, estejamos descansados, que a economia pode contrair e o desemprego continuar a aumentar. Não haverá problema: Bancos e banqueiros continuarão lucrativos e milionários.

sábado, 19 de junho de 2010

Luto



José Saramago morreu. Porventura o melhor escritor português de sempre, em opinião estritamente pessoal, mais do que subjectiva, e sujeita, somo todas as opiniões, a ser alteradas durante a vida. Como escrevi para João Aguiar há apenas alguns dias atrás, entristece-me pensar que não poderei ler o seu próximo livro (se o ler, ao que parece, será um inacabado). E eu que sempre aguardei com alguma ansiedade o seu próxmo livro, desde que li o"Memorial do Convento".

Lembrei hoje a imagem - tão forte para mim quando escutei a história - da morte se Camões: a minha professora da primária contou-me que ele tinha morrido ao ver Portugal nas vésperas da perda de sua independência. Morrido de desgosto pela sua pátria. Bem sei que Saramago até era um iberista, teria visto com alegria outro 1580. Mais era mais ainda: um cidadão do mundo. E talvez por ser isso mesmo: um cidadão do mundo, um defensor dos povos e dos humilhados, tenha morrido com um desgosto da mesma matéria do de Camões, desgosto ao ver o caminho que este mesmo mundo leva.

domingo, 13 de junho de 2010

E se Portugal não tivesse entrado na UE há 25 anos?

      Obviamente que se Portugal não tivesse entrado na então CEE a 1 de Janeiro de 1986, entraria mais tarde. A Espanha quereria que entrássemos, todo o Ocidente o pretenderia. Na pior das hipóteses entraríamos na mesma altura em que entraram os países de Leste.
     Isso teria sido mau?
Penso que não. Penso até que teria sido bom. Não teríamos recebido tantos milhões, é certo. Mas esses milhões também não serviram para desenvolver a nossa economia. Na verdade, essa transferência de verbas deu uma falsa sensação de desenvolvimento, que amoleceu o país, e engordou uma corja de parasitas que são a actual classe dirigente. Portanto, se não tivessem entrado tantos milhões, talvez o país tivesse, de facto, tido de se desenvolver, em vez de crescer como um menino mimado habituado a que tudo lhe apareça feito. Mas talvez o mais importante é que esta maltinha que manda em nós teria emigrado, ou simplesmente estava atrás das grades, pois teria que roubar pela maneira tradicional.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Biblioteca no learningstreet - O Perigo é real

"Num modelo muito inspirado em experiências de países como a Finlândia ou a Holanda, a Parque Escolar propõe uma escola com espaços mais informais (é o conceito da learningstreet, ver texto nestas páginas), locais para pequenas exposições de trabalhos e, acima de tudo, uma biblioteca, que passa a assumir um lugar central, com jornais, revistas, computadores, Internet. No caso dos liceus antigos, mantém-se por vezes a biblioteca original como "memória histórica" e espaço mais formal, e cria-se uma nova."
in Publico online (ver link)


     É um conceito todo modernaço, este da Learningstreet, como um dia foi o eduquês. É um conceito bem ao estilo do homem para a frentex que é o nosso primeiro-ministro. Em época de fome e contenção, a Parque Escolar (alguém a investiga?) vai-se encher de dinheiros públicos, assacados aos nossos impostos, aos nossos congelamentos, às nossas perdas, em nome de uma educação melhor para os nossos filhos, é ela que vai pôr o país a par da Europa. O tanas é que a educação vai ser melhor! Esta ideia de que a tecnologia, por si só, garantirá uma melhor educação não só é errada, como é, sobretudo, cretina. Mas também é demagógica, e com essa demagogia de algibeira encherá os bolosos a alguns. E a malta vendo...
     Por ora fiquemo-nos no papel central das bibliotecas. Tenho visto a evolução das bibliotecas. É verdade que deixaram de ter aquele peso da sabedoria que assustava, o silêncio avassalador do eruditismo que afastava as criançinhas dos livros. Em lugar disso, as bibliotecas tornaram-se locais aprazíveis, com montes de jogos e computadores. Com isso atraiu-se os alunos. Passeie-se pelas bibliotecas escolares e veja-se quantos alunos lá estão a ler. É raro estar algum. Raríssimo, sobretudo se se tratar de bibliotecas de escolas até ao 9º ano. As bibliotecas escolares não correm o perigo de se transformarem em salas de jogos: algumas já são salas de jogos. Salões de jogos com livros à mistura. E não me venham com a ideia de que os meninos por estarem a jogar nos computadores, todos embasbacados e concentrados nos saltos dos seus pinguins ou nas acrobacias das suas motas (as bibliotecas, didaticamente, proibem os jogos violentos), mas com livros ao pé, acabarão por os ler um dia. Não: quando muito os mais intelectuais lerão as grandes do jornal desportivo, os mais sonhadores procurarão no google imagens da professora Bruna Real, invejosos de não a poderem contar no corpo docente da sua escola. Os livros- esses, serão a "memória histórica", deste país com alzheimer em estado avançado e, receio, irreversível.  

segunda-feira, 7 de junho de 2010


      Talvez ande mais distraído com as notícias. Na verdade, andarei muito desconfiado com sua credibilidade e um pouco enfastiado com a sua monotia de invitabilidades, possivelmente a não crer ouvir, ou ler, as suas entrelinhas que me acusam de pouco produtivo e de pertencer a essa máquina pesada do Estado. Talvez por isso escapou-me a notícia da morte de João Aguiar. Ou talvez porque foi dada no fim dum qualquer telejornal, ou rapidamente superada pelas outras notícias dos sítios on line. Certo, certo é que não me apercebi da dita morte, que ocorreu no dia 3, até passar pelo sorumbático no dia 5 à noite. Curiosmente tinha lido na semana passada "A encomendação das almas". Os livros de João Aguiar eram sempre agradáveis de ler, com uma boa dose de suspanse e aventura sem esquecerem a verdadeira literatura, aquela que nos leva a pensar, a sonhar, aaquela que nos desperta emoções e reflexões em vez de nos adormecer.
      O que me custa é não poder mais dizer que vou ler o próximo livro de João Aguiar.

domingo, 30 de maio de 2010

A EDP

Soubemos hoje que os preços da electricidade em Portugal aumentaram em contraciclo com a Europa. Dificilmente poderíamos ter tido melhor notícia: esta subida de preços demonstra, obviamente, que Portugal já saiu da crise, pois a deflação é sempre sinal negativo numa economia. Mais um dado estatístico inequívoso para fundamentar o que o meu tio Manuel afirmou peremptoriamente fará a 13 de Outubro 4 anos. Ninguém na altura o compreendeu e até zombaram dele. Erradamente. Tudo indica que a crise foi ultrapassada. É verdade que temos um problema financeiro de Estado. Mas com as correcções apontadas pelo nosso governo - e que até o PSD percebeu - ficará rapidamente resolvido.
É óbvio que o sr. Sérgio Patinha, que escreveu o post anterior neste blogue nada percebe de economia, e só pensa no "dolce fare niente" dos trabalhadores. Até parece um treinador de futebol lá da minha terra que se preocupava mais com o bem estar amoroso dos seus jogadores do que com o futebol praticado pela equipa...

A Grande PT

Isto afinal já está a voltar à normalidade. Não nos preocupemos com as agências de rating, défices ou as "centenas" que se manifestaram hoje. O que importa são as notícias de abertura dos telejornais: a PT vai resistir à ofensiva sobre a Vivo por parte da Telefonica. Poderá ser coisa complicada, já que se joga muita coisa: golden shares, mercados emergentes, accionistas, preços da honra, OPA`s e gajos com nomes esquisitos que falam bué bem em inglês.
Mas se a PT ganhar contra a empresa dos nossos vizinhos, assim ao jeito de como o outro (ainda alguém se lembrou dele a propósito do FMI?) que dizia "enrabando-os com um passaporte de coelho", talvez a malta suba no rating e afinal nem seja preciso agente receber o subsídio de Natal em certificados de aforro ou em créditos de inglês téccnico... E que taL se descontássemos todos do subsídio de férias 5% para a PT  manter a Vivo?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A explicação da ausência

Penso que nós - autores deste blogue - devemos uma explicação da prolongada ausência a que submetemos os nossos leitores. É que na sequência das ultimas eleições legislativas sucedeu um imbróglio político-sentimental de possíveis e complexos contornos jurídicos que inviabilizou, pela aplicação de bom senso, a publicação deste blogue. Procurarei sintetizá-lo sem ferir susceptibilidades dos intervenientes.
Ora sucedeu que durante a campanha eleitoral a Julinha sentiu de novo o fogo da paixão. Pelo Sócrates, bem entendido. Mas essa paixão era algo de distante (se bem que se tenham conhecido e ele tenha mesmo chegado a beijar-lhe as faces). No entanto predispôs a nossa Julinha para uma coisa mais real e próxima. E assim apareceu o Reinaldo! José (como o José Sócrates) Reinaldo (como o famoso futebolista), um senhor com um mestrado em gestão de equipamentos desportivos que despertou o lado simultaneamente mais animalesco e terno da Julinha. Este senhor é dos mais importantes dirigentes da concelhia - e também a a nível distrital - do partido do poder. Homem de sólida formação ideológica e norteado pelos princípios da ajuda ao próxima e defesa das minorias. Desempenha, aliás, importantes funções numa Direcção Regional (as quais certamente cumpre com o mesmo esmero e dedicação que aquelas que empenha na sua Julinha)Acontece que na sequência das comemorações da vitória socialista, o Rochinha -marido da nossa heroína e dono do "snack-bar da Julinha", o tal que fica mesmo por baixo daquele que um dia foi o telhado do Gato Esteves - surpreendeu a sua mulher com esse José Reinaldo no interior do seu café, ali sobre o balcão. Ficou chocado, o Rochinha, que não acreditava que a Julinha fosse capaz de semelhante desfeita, eles que estavam casados há 13 anos, mas namoravam há quase vinte. E quis expulsar a mulher do café, tendo mesmo chegado a destruir o néon com o nome do estabelecimento. Na sua irritação acusou a internet, e este blogue em particular, de serem os culpados do devaneio da mulher. Foram momentos de grande intensidade dramática e tensão cá no snack-bar.
Mas depois da tempestade a coisa amainou e quem acabou por deixar o estabelecimento foi o seu gerente Rochinha. Assim, a Julinha é a nova patroa do snack-bar que tem o seu próprio nome. A clientela mudou bastante, pois agora é frequentado maioritariamente pelos men (ela proibiu-me de usar o depreciativo boys) do Partido, que nos intervalos do seu intenso labor aqui vêm tomar um chá ou um café. Todavia, e para revelar o seu carácter plural e tolerante (e também o facto de termos mostrado compreensão e a termos safo de apanhar uma valente coça do Rochinha) a Julinha tem cá sempre uma mesa para nós, e faz-nos um "desconto especial de professor", já que os preços subiram significativamente para acompanhar a nossa aproximação à média comunitária. E assim aqui estamos eu, o Patinha, o Corvo, e mais um ou outro, às vezes na companhia do sapiente Fábio André Ronaldo, a petiscar ou a bebericar (mais a bebericar, que a antiga cozinheira foi-se embora, a Julinha diz que ela era amante do Rochinha) e a observar esta classe superior que tão bem vai segurando o leme do país quando todos (agora também os de fora) lhe querem fazer mal.
E pronto, foi esta, em traços muito gerais, a história que levou à ausência destes vossos bloggers durante cerca de seis meses. Mas julgo que compreenderão que não deveríamos, durante este período, andar a blogar sobre isto ou aquilo, pois poderíamos ser mal compreendidos. E, além disso, este é o blogue do snack-bar da Julinha, e só há pouco o snack-bar reabriu. Com outra gerência e clientela, mas com o mesmo nome.  E nós, com a determinação de levar a sua fama ao mundo infinito da globalização.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os salários dos funcionários públicos.

Disse Passos Coelho: Um dia não haverá dinheiro para pagar aos funcionários públicos.

Mas não te preocupes, querido. Que nesse dia, e se o meu Sócrates assim continuar, haverá TGV em todo o país, um novo aeroporto para podermos voar para a Europa e uma nova ponte sobre o Tejo que será lindíssima! (até já pensei num nome para ela, em homenagem ao seu grande defensor - que até pode fazer o seu projecto de engenharia para ficar mais barata). E certamente teremos mais estradas e autoestradas e nas escolas haverá dois computadores por aluno e três projectores por sala. E estas novas obras, estas sim, fazem andar o país. Ao contrário dos funcionários públicos que só empatam o nosso desenvolvimento.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Que corpo! Que Alma!

"Depois do que passei, estou preparado para tudo. Nada temo. Como diria Fernando Pessoa, venha o que vier, nada será maior que a minha alma" - Foi o que ouvi esta noite Sócrates a dizer, àquela empertigada da Judite Sousa (quem é que ela pensa que é?).
Não só este homem é corajoso, como além disso ainda é culto e... tem alma! Ai, ai...