"Num modelo muito inspirado em experiências de países como a Finlândia ou a Holanda, a Parque Escolar propõe uma escola com espaços mais informais (é o conceito da learningstreet, ver texto nestas páginas), locais para pequenas exposições de trabalhos e, acima de tudo, uma biblioteca, que passa a assumir um lugar central, com jornais, revistas, computadores, Internet. No caso dos liceus antigos, mantém-se por vezes a biblioteca original como "memória histórica" e espaço mais formal, e cria-se uma nova."
in Publico online (ver link)
É um conceito todo modernaço, este da Learningstreet, como um dia foi o eduquês. É um conceito bem ao estilo do homem para a frentex que é o nosso primeiro-ministro. Em época de fome e contenção, a Parque Escolar (alguém a investiga?) vai-se encher de dinheiros públicos, assacados aos nossos impostos, aos nossos congelamentos, às nossas perdas, em nome de uma educação melhor para os nossos filhos, é ela que vai pôr o país a par da Europa. O tanas é que a educação vai ser melhor! Esta ideia de que a tecnologia, por si só, garantirá uma melhor educação não só é errada, como é, sobretudo, cretina. Mas também é demagógica, e com essa demagogia de algibeira encherá os bolosos a alguns. E a malta vendo...
Por ora fiquemo-nos no papel central das bibliotecas. Tenho visto a evolução das bibliotecas. É verdade que deixaram de ter aquele peso da sabedoria que assustava, o silêncio avassalador do eruditismo que afastava as criançinhas dos livros. Em lugar disso, as bibliotecas tornaram-se locais aprazíveis, com montes de jogos e computadores. Com isso atraiu-se os alunos. Passeie-se pelas bibliotecas escolares e veja-se quantos alunos lá estão a ler. É raro estar algum. Raríssimo, sobretudo se se tratar de bibliotecas de escolas até ao 9º ano. As bibliotecas escolares não correm o perigo de se transformarem em salas de jogos: algumas já são salas de jogos. Salões de jogos com livros à mistura. E não me venham com a ideia de que os meninos por estarem a jogar nos computadores, todos embasbacados e concentrados nos saltos dos seus pinguins ou nas acrobacias das suas motas (as bibliotecas, didaticamente, proibem os jogos violentos), mas com livros ao pé, acabarão por os ler um dia. Não: quando muito os mais intelectuais lerão as grandes do jornal desportivo, os mais sonhadores procurarão no google imagens da professora Bruna Real, invejosos de não a poderem contar no corpo docente da sua escola. Os livros- esses, serão a "memória histórica", deste país com alzheimer em estado avançado e, receio, irreversível.