segunda-feira, 24 de maio de 2010

A explicação da ausência

Penso que nós - autores deste blogue - devemos uma explicação da prolongada ausência a que submetemos os nossos leitores. É que na sequência das ultimas eleições legislativas sucedeu um imbróglio político-sentimental de possíveis e complexos contornos jurídicos que inviabilizou, pela aplicação de bom senso, a publicação deste blogue. Procurarei sintetizá-lo sem ferir susceptibilidades dos intervenientes.
Ora sucedeu que durante a campanha eleitoral a Julinha sentiu de novo o fogo da paixão. Pelo Sócrates, bem entendido. Mas essa paixão era algo de distante (se bem que se tenham conhecido e ele tenha mesmo chegado a beijar-lhe as faces). No entanto predispôs a nossa Julinha para uma coisa mais real e próxima. E assim apareceu o Reinaldo! José (como o José Sócrates) Reinaldo (como o famoso futebolista), um senhor com um mestrado em gestão de equipamentos desportivos que despertou o lado simultaneamente mais animalesco e terno da Julinha. Este senhor é dos mais importantes dirigentes da concelhia - e também a a nível distrital - do partido do poder. Homem de sólida formação ideológica e norteado pelos princípios da ajuda ao próxima e defesa das minorias. Desempenha, aliás, importantes funções numa Direcção Regional (as quais certamente cumpre com o mesmo esmero e dedicação que aquelas que empenha na sua Julinha)Acontece que na sequência das comemorações da vitória socialista, o Rochinha -marido da nossa heroína e dono do "snack-bar da Julinha", o tal que fica mesmo por baixo daquele que um dia foi o telhado do Gato Esteves - surpreendeu a sua mulher com esse José Reinaldo no interior do seu café, ali sobre o balcão. Ficou chocado, o Rochinha, que não acreditava que a Julinha fosse capaz de semelhante desfeita, eles que estavam casados há 13 anos, mas namoravam há quase vinte. E quis expulsar a mulher do café, tendo mesmo chegado a destruir o néon com o nome do estabelecimento. Na sua irritação acusou a internet, e este blogue em particular, de serem os culpados do devaneio da mulher. Foram momentos de grande intensidade dramática e tensão cá no snack-bar.
Mas depois da tempestade a coisa amainou e quem acabou por deixar o estabelecimento foi o seu gerente Rochinha. Assim, a Julinha é a nova patroa do snack-bar que tem o seu próprio nome. A clientela mudou bastante, pois agora é frequentado maioritariamente pelos men (ela proibiu-me de usar o depreciativo boys) do Partido, que nos intervalos do seu intenso labor aqui vêm tomar um chá ou um café. Todavia, e para revelar o seu carácter plural e tolerante (e também o facto de termos mostrado compreensão e a termos safo de apanhar uma valente coça do Rochinha) a Julinha tem cá sempre uma mesa para nós, e faz-nos um "desconto especial de professor", já que os preços subiram significativamente para acompanhar a nossa aproximação à média comunitária. E assim aqui estamos eu, o Patinha, o Corvo, e mais um ou outro, às vezes na companhia do sapiente Fábio André Ronaldo, a petiscar ou a bebericar (mais a bebericar, que a antiga cozinheira foi-se embora, a Julinha diz que ela era amante do Rochinha) e a observar esta classe superior que tão bem vai segurando o leme do país quando todos (agora também os de fora) lhe querem fazer mal.
E pronto, foi esta, em traços muito gerais, a história que levou à ausência destes vossos bloggers durante cerca de seis meses. Mas julgo que compreenderão que não deveríamos, durante este período, andar a blogar sobre isto ou aquilo, pois poderíamos ser mal compreendidos. E, além disso, este é o blogue do snack-bar da Julinha, e só há pouco o snack-bar reabriu. Com outra gerência e clientela, mas com o mesmo nome.  E nós, com a determinação de levar a sua fama ao mundo infinito da globalização.

1 comentário:

Elisabete disse...

Venha o próximo que assunto não falta.