quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Admiração por Sócrates

Cada vez admiro mais este José Sócrates. A razão para tal reside no facto de, apesar de tão mal acompanhado, se manter um homem sério e honesto. É que não bastava um tio com negócios suspeitos, primos abusadores de confiança, uma mãe a enriquecer rapidamente, agora vem a história de um amigo suspeito. Falo de Armando Vara, que dizem ser talvez o seu maior amigo. Um homem que subiu a pulso na vida e que passou de simples balconista a gestor dos dois maiores bancos nacionais, primeiro o público, depois o privado. Que seria do país se o PS não descobrisse estes génios potenciais? Continuaríamos com a nossa banca mal gerida, por certo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A minha carreira

Muitos ter-se-ão perguntado porque não escreve a julinha nos últimos dias? Sim, que ela deverá andar feliz com os recentes resultados eleitorais.
Pois bem, é que ando mesmo. Mas mais do que feliz, que a minha vida, desde que fui àquelas arruadas e comícios, desde que conheci tantas pessoas interessantes, e desde que tirei aquele rvcc, que a minha vida mudou. Até muitas amigas me dizem: óh julinha que estás um brilho diferente! E, outro dia, um senhor bonitão da comissão política do PS até me disse assim: "ah, julinha, que vossemecê é uma rapariga cheia de savuáre fere" (que é um galanteio em françês - este computador não percebe nada de português que me dá este françês com erro).
Então que aconteceu, perguntam-me vocês?
O que aconteceu é que as pessoas certas repararam em mim. Na verdade até agora só o meu rochinha tinha reparado verdadeiramente em mim (e mais uns quantos, mas esses apenas pelo meu lindo corpinho que eu não tenho culpa de o ter assim). Mas desde esta campanha, e desde que fiquei famosa a escrever aqui no blogue, que mais gente repara em mim. São pessoas inteligentes, espertas e que estão no lugar certo; pessoas que querem mandar este país para a frente, para a modernidade. E então essas pessoas repararam em todas as minhas potencialidades e já me disseram: "Julinha, é um desperdício andares lá no snack-bar a estragares as mãos a lavar pratos e correndo o risco de te cortares na máquina do fiambre!". Além disso, digo eu, aquilo não dá nada de jeito em termos de dinheiro e tenho que aturar professores armados em esquerdistas. E vai daí, como já tinha dito antes, perguntaram-me a s habitações. Bem sei que nã ão muitas, ainda agora fiz o 12º em rvcc. Mas já são algumas. O suficiente para poder integrar, juntamente com outras pessoas das universidades, equipas de trabalho para desenvolverem estudos para orientarem o governo naquilo que ele quer saber. E até não serei mal paga. Quem sabe um dia até posso ir, já me disse um camarada cá do partido, para a Direcção Regional de Educação, como representante dos pais (na próxima semana até vou jantar com o Albino Almeida para ver o que é que se arranja). E até tenho um sonho, que um amigo cá da comissão política me segredou ao ouvido (ai, e segredou tão malandramente): é que u dia também eu posso chegar a deputada "o parlamento precisa de pessoas bonitas e inteligentes como tu, Julinha". Por isso ontem, ao ver o primeiro dia daqueles deputados todos no parlamento, já me imaginei a mim, lá, a tirar fotografias e a dar entrevistas para a televisão. Ahhh, como suspiro de esperança. O que eu não posso fazer pelo país!
E ainda por cima deverei ir tirar um curso universitário, sabiam? É que tenho informações que o rvcc, que foi um sucesso no secundário, poderá passar para o universitário. Aliás, o nosso José Sócrates já tirou o curso dele num sistema muito parecido!
Beijinhos da vossa Julinha

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Reparem como me mantive calado durante toda a campanha. Pois é, há muito tempo que desisti de participar nesta simulacro de democracia (entendendo como democracia a sua origem etimológica de "poder do povo"). Não acredito em eleições. Vejam no que dá, cá como no mundo civilizado ocidental. As pessoas não votam em projectos políticos, sequer votam em pessoas entendidas na sua essência. Votam em imagens que têm. O efeito do voto resulta mais da publicidade (sim, publicidade e não propaganda) do que de qualquer outra coisa. Quando vi, cá no snackbar da Julinha (aquele que fica debaixo do telhado que um dia foi do Gato Esteves, já se esquecem de dizer) o "correio da manhã" e a votação em Sócrates como o mais sexy, percebia-se logo quem ganhava as eleições. O único concorrente de Sócrates era o Sócrates versão PPD, o tal Pedro Passos Coelho, que lhe é igual em arrogância e política (porventura poderá privatizar a CGD e fazer outras coisas igual a Sócrates com menos oposição interna). E notem que os que votam porque sabem umas coisinhas de política e afins não fazem melhor: o próprio Évora reconheceu aqui que não votava em projectos, mas sim contra Sócrates. Ou se vota porque se o ama, por uma espécie de clubismo ou fantasia (caso Julinha) ou contra porque se o odeia. Nada disto tem a ver com os princípios de uma democracia (liberal, que palavra feia). E, na verdade, as eleições pouco mais serão do que a escolha dos que terão os seus empregos, os seus destacamentos, como a querida Julinha aqui referiu sem querer.
Querem continuar a viver democraticamente? Podem-se armar em doutores democratas, mas o povo não sabe o que quer. É manobrado, ludibriado, como em qualquer hipermercado. O meu amigo Évora devia sabê-lo desde que estudou a Revolução Francesa.
E pelo dito não resisto a atribuir o prémio frase mais inteligente a Luís Filipe Menezes, que ouvi há minutos, mais de 24 horas passadas sobre os resultados eleitorais. Tratar-se-á, pois, de uma convicção do senhor. A estupidificante frase foi "O povo português é muito sábio". Sem mais.

O dia depois

Acordei cansada! Depois do dia de ontem que foi cantar, esbracejar, abanar a bandeirinha, abraçar os camaradas (vejam como já uso esta palavra) hoje acordei estourada e rouca. Até porque mal consegui dormir copm aquela excitação. Mas não quis deixar de vos escrever aqui, minha amiguinhas.
Aqui no snack-bar, e há medida que se aproxima a ora de almoço, vejo chegar os professores. Veêm muito mal encarados. Até dá pena! Sim, não pensem que não tenho sentimentos! Andam cabisbaixos e deprimidos! É para verem o que é sofrer, que eles lá na escola também fazem sofrer os miúdos com regras para aqui e regras para ali e trabalhos de casa (espero que acabem nesta legislatura) e o diabo a quatro!
Mas queria-vos dizer uma coisa muito importante e que sei vos deixará felizes: nesta campanha conheci muita gente importante. Gente que ontem festejou porque também estava preocupada com a própria pele. É que se ganhasse o partido da outra senhora sabe-se lá o que lhes aconteceria aos empregos. O mais certo era terem de voltar para os antigos. E isto depois de 4 anos de esforços e trabalheira, quantas vezes com o sacrifício da família. Por isso ontem sentiram-se aliviados e gritaram de alegria. Até houve um senhor que me perguntou pelas minhas habilitações. É que, disse-me ele, já tinha visto que eu percebia muito de educação. Então não é que eles ponderavam requisitar-me para trabalhar na Direcção Regional! Assim, talvez vá ainda tirar um curso, agora que graças às Novas Oportunidades já tenho o 12º ano. Talvez psicologia, que o meu Fábio André já teve apoios de uma psicóloga e acho que aquilo era muito giro. talvez me acente bem. O que acham?
E ainda dizem que o Sócrates nada fez pelo país!

sábado, 26 de setembro de 2009

A medida que ficou por tomar

Apenas, na minha opinião, ficou uma medida por tomar pelo meu Sócrates. Foi esta questão do voto. Não tem nada que nos obrigar a ir a uma mesa de voto. É um gasto de tempo e dinheiro para o país mais moderno do mundo. Por isso, porque não o voto por mensagem de telemóvel? Até se podia fazer chamada com valor acrescentado para ajudar a combater o défice!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

São só emoções

Ontem perdi o amor ao dinheiro e deixei o meu Rochinha sozinho no snack-bar. Apanhei o comboio, que um dia será TGV, e fui que nem uma seta para o Porto. Ainda no comboio encontrei outras mulheres que, tal como eu, são do Sócrates. Fomos todas vestidas com tshirts que nos tinham dado, muito perfumadas, armadas de bandeirinhas e faixas para uma arruada. Ai que coisa gira é uma arruada! Todos a gritarmos as palavras de ordem, a dar vivas, a abraçar-nos. E depois o meu Sócrates lá no meio daquilo tudo, sempre muito bem posto, sempre a sorrir, sempre com as palavras certas na boca. Ai que fala tão bem o nosso Sócrates!
Já tinha ido a jogos de futebol em que também cantávamos e dizíamos palavras de ordem; também já tinha ido a concertos do Tony Carreira, em que cantávamos e até chorávamos. mas isto é muito melhor. E é melhor porque o nosso heróis está ali, perto de nós, e nós vamos juntos caminhando para a vitória! E então no Prto que podemos falar à vontade e dizer aqulas palavras todos que nos sobrem das entranhas à boca! E ainda falam em falta de liberdade e asfixia democrática! Eu quero lá saber de esquerda ou direita como o professor escreveu aqui antes. As eleições são lá isso! As eleições serão mais uma grande vitória do homem mais sexy de Portugal, isso sim!!! Os professores que se deprimam e ensinem outra coisa agente!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um voto de professor

1- Declaração de interesses/posição política
Desde que ultrapassei essa barreira dos 18 anos que fez de mim cidadão - há 26 anos, portanto - que fui eleitor de esquerda. Quase sempre exerci o meu voto (embora tantas vezes me tenha perguntado se o deveria fazer) e sempre fui um eleitor de "esquerda". Votei no PS, no PCP (e nas suas coligações), na UDP, no PSR e no BE. E também já votei em branco. Sou de esquerda por convicção. Tenho ideais de esquerda não só no que respeita ao papel social do Estado na defesa dos mais desprotegidos, como também na necessidade do Estado controlar sectores da economia e refrear o ímpeto ganancioso do capital. Também me sinto herdeiro de uma esquerda libertária que se funda no respeito pela liberdade e opções de cada um.

2- Nas últimas eleições
Nas últimas eleições votei no Partido Socialista. Estava convencido que esse partido poderia derrotar aquela incompetência atroz do governo Santana/Portas, assim como estava convencido que votava num partido de esquerda. É claro que me enganei duplamente: ao longo destes anos a suposta "competência" apenas existiu numa mascarada (ou, hipoteticamente, no trabalho para a estatística) estranhamente patrocinada por muitos órgãos de comunicação social e muitos pseudo "analistas" que apenas lucram com a situação. Esse neo-"situacionismo" é, aliás, um triste regresso conseguido pelo Partido do poder que deixou a corrupção impune e transformou em algo de natural a ascensão de boys e amiguinhos. Em segundo lugar a política PS foi claramente - no que à economia diz respeito - uma defensora dos interesses capitalistas. Foi uma política claramente de direita ao longo dos 4 anos. Apenas com as eleições à vista o senhor engenheiro se veio arvorar em esquerdista do pensamento, em defensor do casamento homossexuual (que há um ano atrás não era "agenda", casar só quando a agenda PS o permitisse) ou das uniões de facto. Tudo muito artificial e apenas ao cheiro dos votos (eventualmente como o meu) que dele tinham sido e agora se passavam para o bloco.

3- Como professor
É difícil sintetizar tudo o que sofreu a classe docente nestes anos. Talvez o pior tenha sido o desprezo e ódio da ministra (mais que a perda de direitos), numa primeira fase apaparicada pelos tais órgãos de comunicação social e experts situacionistas. Tentou (e conseguiu-o transitoriamente) humilhar-nos publicamente, que nos olhassem como bode expiatório e uma cambada de malandros. Também as estruturas intermédias, dominadas pelas comissões políticas dos PS, sempre prontas a dificultar-nos a vida (quem se lembra das frases e comportamentos da Directora Regional do Norte) exerceram o tentáculo do polvo num seguidismo cego aos ditames Milú/Sócrates. Não, não foram apenas erros de casting ou políticos fracos; foi a estrutura de um partido a aplaudir e a ultrapassar em brio a obra dos grandes dirigentes. Houve medo nas escolas, houve sim senhor. Passámos a ter cuidado com o que dizíamos na sala de professores. Com as opiniões que manifestávamos. Ainda hoje hesito em escrever estas linhas e publicá-las. Tenho medo de represálias.
Houve descrença no ensno, houve ditadura burocrática, aumentou a indisciplina na sala de aula.
Tudo isto foi muito forte para mim, como será muito forte - quase, se não mesmo, traumático - na esmagadora maioria da classe docente. É difícil perdoar ao PS, mesmo que agora Sócrates venha com as falinhas mansas.
Por isso o meu voto nestas eleições é essencialmente anti-Sócrates. Quero acabar com a mediocridade no poder, o favorecimento pessoal, a censura e auto-censura. Quero voltar a reconstruir a escola e quero voltar a ter o amor que tinha à minha profissão. Voto no distrito de Beja, onde apenas PS e CDU podem eleger deputados. Não tenho, pois, dúvidas em votar CDU. Se morasse em Faro ou em Lisboa poderia hesitar entre a CDU e o BE. Desde que o BE me garantisse nunca se aliar a Sócrates. Como se votasse em Viseu ou na Guarda ponderaria, pela primeira vez, votar PSD, sabendo de antemão que esse partido em nada corresponde à minha ideologia. É que em termos de educação não consigo imaginar pior do que fez este governo. Como escreveu António Barreto, podem-se levar décadas a corrigir os erros deste PS em termos de educação (fique Maria de Lurdes Rodrigues tranquila que vai ser recordada). Por isso é bom que começemos rapidamente a trabalhar na reconstrução educativa.
Entendam algum egoísmo do meu voto, mas é que sou professor, e adorava ser professor e dou um grande valor à educação. Por isso o meu voto tem que ser contra o PS.

domingo, 20 de setembro de 2009

Talvez devido cardápio almoçareiro do dia de hoje cá no snack-bar, escutei mais esta que constitui natural acrescento ao post d´outro dia:

"Chuva em Novembro,
Natal em Dezembro;
Sardinha em Junho,
Petinga em Setembro."

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O comício de Faro

Não vos digo, nem vos conto... Ai que emoção aquela do comício do nosso Zezito em Faro! Fiquei de tal maneira com o coraçanito aos saltos que só hoje consigo escrever aqui umas linhas.
Primeiro no autocarro: trataram-nos tão bem! Deram-me uma sandes de leitão e um sumo (não posso dizer a marca, prometi). Pelo caminho fomos cantando e rindo! E depois fomos todos jantar ao mesmo sítio. Éramos todos socialistas, claro está! Encontrei algumas amiguinhas que conheciam este blogue onde escrevo e que me disseram que eu devia era ter um blogue só meu, pois não percebem nada do que escrevem os outros, a não ser o meu querido filho Fábio André. Prometia que ia pensar no assunto, mas o professor Évora e o Patinha pediram-me quase de joelhos para continuar a escrever aqui. Percebo-os: é que senão ninguém aqui vinha lê-los, tá bom de haver. Mas adiante: jantámos todos e todas e íamos para o Largo do Carmo, que era onde era para haver o comício. Mas depois mudaram o sítio, que foi por causa do medo da chuva. Ainda ouvi alguém dizer que era por falta de agente, mas +é mentira que éramos várias camionetas e enchíamos o largo do Carmo de certeza. A razão foi mesmo o medo da chuva. É verdade que não choveu, mas em Faro nunca se sabe e depois o Zezito apanhava a gripe, quem sabe se a A, e como era o resto da campanha?
Depois foi a parte chata: antes do Zezito ytivemos de ouvir aquele gordo que é parecido com o Villaret e é de Lisboa e o presidente do Farense. Mas prontos! Temos que fazer um sacrifício. Depois veio o nosso amado Sócrates. Eu fiquei ali na primeira fila, bem pertinho que até apareci num plano da televisão: era aquela vestida de cor-de-rosa com uma bandeirinha que guardarei até ao fim dos meus dias. Ele falou tão bem! É verdade que não me lembro do que disse, mas aquelas palavras pareciam-me música romântica! No fim ainda quis ir falar com ele, dar-lhe um beijinho. Cá o presidente da Junta tinha-mo prometido: vem connosco que arranjo maneira de falares com ele! E era uma boa cunha, podem crer. Mas então o Sócrates tinha logo de ir embora, acho que para o programa daqueles dos gatos fedorentos que dizem que é para rir, mas eu cá não lhes acho piada nenhuma. Não faz mal. Fica para outra vez, quem sabe se para a semana. E não pode ser de fugida, que eu queria mesmo ter uma conversinha com ele.

domingo, 13 de setembro de 2009

Rodeada pelo perigo

Ai, minhas amigas que ando deveras priocupada. É que andem por aí a dizer que o nosso zezito pode não ganhar as eleições! E que nesse caso fica ele mais a velha, os dois juntinhos. Então não querem lá ver???
E depois aqui pelo pé de mim andam todos contentes neste princípio do ano. Até os professores que eu vi tão carrancudos e sofredores nos últimos anos, chegam para aí a rir e todos felizes. No outro dia um até me disse que se estava a lixar para os papéis que tinha de preencher e que resolveu passar ali no snack-bar mais tempo. Até já falam mal da ministra e do meu Zezito no meio do café e andam sempre a tentar convencer os outros clientes. E é por isso que vos escrevo: na última segunda o meu Rochinha veio aqui para o snack-bar (é o nosso dia de folga) para uma patuscada com uns amigos. Então não vim a descobrir que os amigos eram quase todos os professores e esse comuna do Patinha! Ainda me passou pela cabeça chamar a ASAE ou telefonar para a polícia a dizer que havia aqui uma reunião subversiva e que estavam a tramar o meu Rochinha. Que era o que devia ter feito, pois o homem chegou-me a casa a cheirar a sardinha, com manchas de vinho tinto e melancia e, ainda por cima, com uma conversa muito estranha que "professor e pequeno empresário, ou é de esquerda ou otário" e "trabalhador de restauração ou é comunista ou c...". Vejam lá que os professores anadaram a fazer-lhe a cabeça e ele agora diz que vai votar na esquerda! Ai se eu não tivesse tantos fregueses professores... Mas nesta semana vou já à escola fazer queixas ao Director de dois ou três. Ai vou, vou! É que se ganham outros ainda nos tiram o direito de ir à escola pedir satisfações aos professores! Isto está a ficar perigoso!
Mas nem tudo vai mal. Amanhã, que é minha folga outra vez, vou a um sítio importantíssimo: vou ao comício do nosso Zezito a Faro! A camioneta vem-nos buscar à tarde e até nos oferecem lanche, jantar e bandeirinha! Ai que nervosa que estou por estar na mesma sala que o homem mais sexy de Portugal!

Um Calimero determinado e optimista.

Estou fartíssimo deste Sócrates. Não tenho mais paciência para este homem de plástico. Não percebo como se pode aturar tanta artificialidade, tanta teatralidade, tanta arrogância. Já nem falo do sistema imposto de favorecimento dos poderosos e da máfia que se instalou no país, nesta espécie de roubalheira mal disfaçada. Falo do homem em si. Pondero a hipótese, caso ele volte a ganhar as eleições, de pedir asilo político à Coreia do Norte.
Agora deu numa de Calimero, em que todos o atacam, transformam tudo em questõers pessoais, são todos de uma vilaneza e injustiça extremas para com o pobre desgraçado. Enfim, uma vitimização, uma calimerização de inspiração santanista. Apesar dessa faceta Calimero, vem depois a faceta determinada, heróica. Sócrates não se vê tanto como o Homem do leme, ao invés de Cavaco, mas como o general das suas tropas. Pelo menos anda para aí a dizer que um general disse que não se ganhava uma batalha se se fosse pessimista e, por comparação, diz também que um pessimista não cria emprego. Ele é optimista. E como é optimista cria emprego, como qualquer um viu na última legislatura.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Acrescento etnográfico

Amigo Zé Carlos,

Em relação ao teu interessantíssimo post anterior e ao último provérbio mencionado:

"Sardinha escorreita,
amizade desfeita."

devo acrescentar-te um outro que ainda acentua mais o carácter destas sardinhadas e que é:

"Sardinha vernácula,
amizade sem mácula."

Ao teu dispor

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Momento Etnográfico

Pois bem, para comemorar a saída da crise anunciada pelo nosso rimeiro-ministro, houve cá hoje, no snack-bar da Julinha, um almoço. Melhor dizendo, uma sardinhada à antiga portuguesa. É que era dia de fecho do snack-bar (“fecha às segundas-feiras como os museus”, está sempre a dizer o Patinha) e o Rochinha decidiu convidar os amigos – só homens, daí o à antiga portuguesa – para a assada de arromba. Ora eu, como interessado nas coisas da tradição do nosso povo português, dediquei-me a recolher aqui e ali os provérbios que fui ouvindo e que agora vos dou a conhecer, se bem que alguns usem aquele vernáculo característico da nossa gente (e pelo qual peço as minhas desculpas). Todos típicoss deste momento que é uma assada com sardinha, carapau, vinho, melão e melancia. Enfim, um dos divertimentos mais tradicionais do pessoal, se bem que do desagrado da Julinha que ainda ameaçou telefonar para a ASAE…
Mas comecemos, então. E pelos finais, que nos alertam para o conhecido problema da conjugação do tinto com a melancia.
Assim, escutei o tristemente profético:

“Vinho tinto e melancia
Acaba em peido e em azia”

Provérbio confirmado por um outro com a mesma mensagem (parece-me, pelo menos pela forma como a melancia foi repudiada por outro conviva, se bem que não queira aqui fazer juízos de valor sociais):

“Vinho tinto e melancia,
É pró padre e pró rufia”:


Mas não se pense que este problema é característico do tinto. Não, no caso da melancia parece que também o branco não é melhor:

“Vinho branco e melancia,
Prá casa de banho é correria”


Todavia escutei uma outra versão que parece ser a solução para os apreciadores de melancia e de vinho, se bem que este último ligeirtamente adulterado:

“Melancia e tinto de Verão,
Dão uma descansada digestão”


Que tem uma pequena modificação no seguinte (que confirma os conselhos médicos do ómega 3 – existente na sardinha – e no antioxidante do tinto :

“Sardinha e tinto de Verão
Fazem bem ao coração”



Mas o grande momento foi a discussão entre os que preferem carapau e os que preferem sardinha (que estavam em maior número e pareciam ser melhores conhecedores destas coisas dos ditos do povo):

"Homem que assa sardinha
E come carapau,
Adoece com a morrinha
E perde o pirilau”


Ou ainda o mais determinado:

“quem à sardinha prefere o carapau,
Ou é rufia, ou é mau”.


Se bem que os adeptos do carapau tenham uma resposta que não é mais do que uma variante do primeiro dito da sardinha e carapau (e que, sinceramente, parece ser reacção de perdedor com falta de imaginação):

“Homem que assa carapau
E come a sardinha,
Adormece com pirilau
E acorda com pilinha”!



Deixei para o fim, como não podia deixar de ser, o dito que mais me intrigou. É que ele é duma profundidade extrema ao alcance de poucos. E é dito que demonstra, afinal, a qualidade da sardinha, a superioridade moral destas assadas e a solidariedade que entre elas se estabelece. E são apenas 4 simples, mas belas, palavras que deixo à vossa reflexão:

“Sardinha escorreita,
Amizade desfeita”



Prometo voltar, se for do vosso agrado, com mais momentos etnográficos a este blogue. Para que o passado não se perca.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SMART FRANCIS POWER

Temo que toda esta conversa Freeport a um mês das eleições vitimize o nosso primeiro e ainda o faça ganhar. Infelizmente temos demasiados exemplos do poder local a confirmar a vitória dos corruptos (ou, devo dizer para ser politicamente correcto, dos candidatos sobre os quais recaiem processos ou suspeitas). Isto está há tanto tempo controlado por estes chicos espertos, por esta corrupção mal disfarçada, que eu volto a fazer a pergunta do meu amigo Patinha: viver nesta roubalheira é pior do que o poder cair na rua? Ou isto tem que cair na rua, porque de outro modo já lá não vai?
Será que ainda não batemos no fundo? Quando será que deixamos de ser governados por estes medíocres? Vamos continuar a votar neles?
E como por estes dias se fala em controlo sobre os media, aqui deixo uma música que não passa nas rádios nacionais. Vá-se lá saber porquê...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

E eu também

Eu também vi e ouvi o Sócrates. Confesso que não liguei nenhuma quando ele falou na delicadeza, neste caso na falta dela, para com os professores. Por isso hoje achei estranho a importância dada ao caso na comunicação social. E como o meu amigo Patinha largou a deixa na mensagem anterior, pois lá terei eu de dizer qualquer coisa a esse propósito.
É óbvio que o ministério não teve para connosco, professores, qualquer delicadeza. pelo contrário, foi malcriado, insultuoso, tratou-nos abaixo de cão. Dirigiu uma campanha desde o primeiro momento em que classificava de incompetente toda a classe profissional. E nesse princípio de campanha (que foi o princípio de legislatura) quase todos os outros partidos estavam calados que nem ratos (apenas me recordo de ouvir uma palavra de apreço da parte de Jerónimo de Sousa, honra lhe seja feita). Era natural esse silêncio, pois então toda a sociedade portuguesa olhava para nós como uns chulos que eram a origem de todas as desgraças em que o país estava mergulhado. A comunicação social massacrava-nos (lembro-me de uma queixa que apresentei na ERC contra a Visão que falseou dados estatísticos para nos apresentar como preguiçosos). Foi a época da frase orgulhosa da Milú "Perdi os professores mas ganhei o país". Essa ideia foi, naturalmente, mudando ao longo dos 4 anos. Não porque o governo tivesse abrandado nesse esforço de denegrir a nossa imagem, mas porque nós trabalhamos directamente com todo o país, e ele compreendeu-nos melhor que a campanha governamental.
Mas não é a atitude de arranjar "bode expiatório" que me preocupa. Tudo isso valeria a pena se a Educação tivesse melhorado. E isso não aconteceu. Pelo contrário, a educação piorou, a vida nas escolas dificilmente se recomporá (infelizmente António Barreto tem razão ao afirmar que serão necessárias décadas para recuperar o ensino depois do mal que esta equipa ministerial fez). Podem apresentar as estatísticas que quiserem, que quem vê as escolas, seja como professor, seja como pai atento, bem sabe: não só se instalou o facilitismo como também se instalou a burocracia desmedida, a desconfiança, a questiúncula pessoal, a indisciplina. O sucesso em educação dificilmente pode ser medido em quantidade. O sucesso da educação de um país é educar cidadãos. E essa medida levará anos a ser verificada. É claro que a formação de cidadãos necessita que estes adquiram toda uma série de conhecimentos, e a verdade é que cada vez adquirem menos e se lhes passou a ideia de que nada é preciso saber. Mesmo que reprovem agora, terão adiante um "nova oportunidade" para lhes dar um qualquer certificado, é ideia do nosso primeiro que passar um certificado é fácil, ideia que colheu da sua própria experiência. Há uns anos atrás ouvi Mário Soares afirmar que a reforma da educação não se fazia com dinheiro, mas sim com inteligência. Mas para este timoneiro do Portugal Moderno a reforma da educação é feito com computadores, quadros interactivos e projectores multimédia. No último ano as escolas foram inudadas com este material numa quantidade imensamente superior às suas necessidades. São os gasto do novo-rico, do provinciano deslumbrado com a beleza do progresso. A qualidade das aprendizagens consegue-se, sobretudo, com empenho dos alunos e motivação dos professores. A alta tecnologia desempenha nessa qualidade apenas uma pequenina parte. Ora fazer como o governo fez, que foi dar às escolas a tecnologia, mas atacar professores e dar a entender aos alunos que estudar não era preciso, deu neste resultado que é toda a gente saber que a educação está pior do que alguma vez esteve, mas o objectivo estatístico ter sido atingido.

Eu também vi o Sócrates na TV

Cara amiga Julinha. Também eu vi o Sócrates na TV. E no seu snack-bar, que não estava assim tão barulhento. Não percebo porque é que foi para casa. Só para o ver sozinha? Ou apenas para não ouvir os nossos comentários?
Mas fique descansada que, tirando o cansaço, o seu Zezito esteve muito bem. O que mais gostei dele foi quando disse que a sua luta contra os juízes tinham sido para defender o interesse geral. Pois é, cara Julinha: consegui-o no pleno. Então ao fim destes quatro anos não temos uma justiça muito melhor, bem mais rápida (que os malandros já não têm três meses de férias), mais eficaz e que prende os verdadeiros marotos deste país! Quanto à questão dos professores e às melhorias da educação, deixo a análise para o prof. Évora. Mas as coisas também aqui melhoraram. Senão veja: a menina já vai ficar com o 12º, não tarda está na Universidade!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hoje vi o Sócrates na TV

Peço desculpa ás minhas amiguinhas que já estavam com saudades minhas por só a esta hora escrever. É verdade que o prof. Évora decretou férias do blogue e bloqueou isto até ao dia de hoje. É que, como sabem, ele é professor e estes professores estão habituados a grandes férias (vejam como ele anda calado, ainda não escreveu nada). Por isso não pude escrever de manhã (continuava bloqueado) e só a meio da tarde ele disse que já tinha desbloqueado. Mas, a essa hora, eu não conseguia escrever. É que estava com um grande nervosinho porque hoje o nosso zezito ia aparecer na televisão, entrevistado pela Judite. Tive de me chatear com uns gajos que estavam no snack bar a falar alto só porque o Benfica ganhou ontem e não ouviam o nosso Sócrates. Foi de tal modo que tive de ir para casa para o ouvir sozinha e refastelada no sofá. Ah, como foi bom!
É que ando muito preocupada desde as últimas eleições! Á por ai quem diga que o nosso zezito pode perder as eleições! Ai que desgraça isso seria para o país, ele que fez tanto por todos nós. E depois como o iríamos ver como o vimos agora? Ele que é o homem mais sexy de Portugal (eu tenho votado sempre, já gastei uma porção de dinheiro em chamadas de telemóvel, espero que as minhas amigas também) poderia acabar por desaparecer das televisões. Se calhar ia para a Europa, ou para alguma empresa e depois davam menos notícias dele.
Mas adiante que o que interessa é a entrevista. Dizia eu que ando para aqui nervosa com as eleições e com o medo de o perder para sempre. Mas fiquei mais descansada com a entrevista, se bem que ele desse mostras de andar cansado, que às vezes até gaguejava (ai como eu te tratava do cansaço e da gaguez). É que ele tem razão: a escolha é entre duas pessoas e duas atitudes: ele, um macho bonitão, um pão, um homem moderno; e aquela Manuela do PSD que é velha, feia e com cara de poucos amigos, uma retrógada como ele disse. Ora se a maioria dos eleitores são mulheres, elas votam todas no Sócrates. E os homens também não se interessam por aquele género feminino, está bem de ver. Assim sendo, só o meu zezito tem hipóteses de ganhar eleições (se ele até contra o giraço do Santana ganhou). A única hipótese do PSD era ter aquele rapazote jeitoso, o Pedro Passos Coelho, como candidato a primeiro-ministro, mas então...
Na verdade, se virmos as coisas por este prisma, verificamos que as europeias não tinham grandes concorrentes. Ainda assim, o gordinho do PSD era bem mais fofinho (e pequenino, o que deixa sempre boas expectativas) que o velho do PS, como se viu pelo resultado.
No resto da entrevista o nosso Sócrates esteve muito bem: falou de tudo o que tinha feito, que era progressista, que era um homem moderno. O que eu gostei mais foi quando ele disse que não era teimoso, mas sim firme. Ai, que nem vos digo o que passou então pela cabeça! Esteve tão bem que até a Judite parecia encantada e se esquecia de lhe fazer perguntas, pois se ele dizia tudo que nem era preciso fazer perguntas. Viram como ela o olhava? Ái como deve ser paralisante estar ali tão pertinho dele!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

FÉRIAS

Estão decretadas férias neste blogue até dia 1 de Setembro, em homenagem às férias da nossa infância que mereciam aquele nome de "grandes". Ficamos todos com pena (sobretudo a Julinha, agora que tinha fãs), mas penso que nos fará bem estarmos longe dos computadores durante um tempo.
"Assim, evitamos o contacto com vírus" foi como sapientemente a Julinha concordou com este interregno, "nomeadamente o H1N1, sabe-se lá o que nos poderia acontecer!", concluiu.
E esta interrupção até vem a propósito, pois como, numa feliz declaração, Manuela Ferreira Leite afirmou, neste período pré-eleitoral não se devem discutir coisas sérias.
Fica apenas a informação que já está assegurada a colaboração de mais um bloguer cá no telhado. Trata-se de Aurélio Pinho Marques, especialista em economia, sobrinho de Manuel Pinho, e potencial boy do centrão.
Boas férias!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Uma questão de estilo

Muito se tem falado da mudança de estilo do meu zézinho. Que ele agora está mais mansinho e meigo, que morreu (ou que disfarça) o animal feroz dentro dele.
Pois eu não tenho dúvidas: para mim ele sempre será um animal feroz! Bem vestido, claro, com aquela roupa cheia de bom gosto, mas um selvagem implacável! Um animal da floresta a cheirar a perfume.
Não gostei nada de o ver com aquele ar de canito depois de cagar no tapete da sala, a pedir desculpa no parlamento pelo ministro da economia. Ai que irritação! Que mal têm uns cornichos, valha-nos Deus! Olha que eu que vou percebendo de política vou vendo por aí umas coisas como por exemplo o Berlusconi que faz muito pior e ninguém o chateia. Volta mas é a ser o animal selvagem impiedoso, zézinho! Que para mansidão já me basta o meu rochinha...
Mas a verdade é que manso ou selvagem continua a fazer pelo país, como agora que anunciou o pato com as pequenas e médias empresas para a internacionalização. Ora o meu snack-bar pode ser considerado uma pequena empresa. Ai como fiquei feliz por ir ter um pato com o meu zézinho!
O parvalhão do meu marido - o rochinha - disse logo que com a internacionalização queria contratar uma dominicana (ele diz domingana porque não anda nas novas oportunidades) para ajudar a servir às mesas. Pensava que a internacionalização era o governo dar um subsídio ou pagar um ordenado a uma estrangeira. Ai como tá parvo este homem com quem me casei! Mas eu que vou percebendo destas coisas e vejo mais longe, já imagino o snack-bar do rochinha a exportar os carapaus de escabeche e moreia frita para a Europa. E, quem sabe, um dia abrir uma frechaising noutros países. É preciso acompanhar o nosso primeiro-ministro na sua visão de longo alcance...
(já viram como deixei de dar erros ortográficos...)

Frases proféticas

Quando eu vi aquele Teixeira dos Santos a anunciar o fim da crise, percebi logo: este gajo ainda acaba ministro da economia!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

dez dias depois

Bem sei que já passou mais de uma semana - 10 dias para ser preciso- sobre as eleições. Mas ainda me sinto feliz com esta derrota do PS. E uma sensação de fim de estação parece que chegou, não só para mim, como para a nossa política. A clássica arrogância socrática soa agora a pintas enganados pelas suas próprias artimanhas e truques baratos.
Nas escolas há de novo um arzinho de triunfo. Ninguém o disse à boca cheia, mas a verdade é que os professores sentem uma parte nesta derrota do PS. Na noite das eleições houve troca de emails "esta vitória também é nossa". E têm - temos - razões para isso. Senão recordemos:
Quando Sócrates estava no estado de graça, a reforma contra os professores foi a grande bandeira do governo. Copnfundiu-se então reforma do ensino com perseguição aos professores. Por essa altura não havia comentador, televisivo radiofónico ou jornaleiro, que não cascasse nessa corporação de malandros que eram os verdadeiros responsáveis pelo atraso do país. O professor Marcelo babava-se quando pronunciava o nome de Maria de Lurdes Rodrigues, a Visão publicava um "estudo" assinado por um tal Paulo Quintas, e que guardo na minha memória, a ridicularizar o trabalho dos professores (o "estudo" do jornalista estava cheio de erros estatísticos e contabilísticos, conforme na altura minha queixa junto da ERC). Até esse momento eu próprio apenas combatia em teoria os perigos das "generalizações". Nessa altura senti-o na pele. Era como se todos fôssemos uns malandros, inaptos, preguiçosos, chulos do sistema. Quase tinha medo de encarar as pessoas na rua, temor de dizer que era professor. Passei a evitar jantar fora e passear com a minha filha pelo centro da vila. Foram os tempos do achincalhamento público.
Confesso que então estava longe de pensar o que sucedeu depois... Mantivemos a personalidade porque sabíamos que a razão estava do nosso lado e que a ministra era apenas uma incompetente a encontrar um bode expiatório para brilhar nas tv`s. E gradualmente a razão foi-nos sendo dada. Primeiro pela opinião pública, gradualmente pela comunicação social e por alguns "comentadores" da oposição que viram em nós a única força de combate ao sistema. Porque essa é a verdade: momentos houve em que combatemos sós. Em que fomos a exprtessão dos descontentes envergonhados de darem a cara.Nos piores momentos apenas recordo um partido político que falou para nos apoiar: foi o PCP pela voz de Jerónimo (posso dize-lo sem problemas, não sou do PCP). Na última manifestação estava lá toda a oposição (e nós gostámos, apenas queríamos, e queremos, que o PS perca, a incompetência e maldade primária do chico-espertismo não pode dominar o país). Ficaram famosas as manifestações dos 100 mil e dos 120 mil. Agimos de forma activa junto da família, dos amigos. Procurámos explicar as nossas razões, desmascarar uma suposta "reforma" do ensino sem objectivos, apenas ditada por incompetentes arrivistas. Conseguimo-lo. A célebre frase de Maria de Lurdes Rodrigues, essa professora que nunca foi avaliada, "«admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública» (Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006), merce agora um sorriso. Recuperámos a credibilidade. E hoje já não são muitos os comentadores do sistema que nos desprezam, apenas falando por meias palavras, numa "reforma" que não sabem o que significa, que foi travada por uma "corporação" (não, não foi uma corporação, foi um movimento de professores a defenderem a escola pública). Seria interessante saber o que ganham esses "comentadores" do sistema. Quanto pagam a um Pedro Marques Lopers, essa espécie de neo-Luís Delgado, pelas suas baboseiras na TV e na rádio. E àquele convencido do Carlos Magno, e à menina Sá Lopes, e ao Delgado Lui-Même. Noto algum medo nos analistas do centrão, do status quo, que pullam nas nossas tv`s e rádios. Claro que esta gente tem que defender a "estabilidade". Na verdade são apenas vozes da "situação" contra o "reviralho" que se anuncia quando denuncia a corrupação, o enriquecimento dos grandes, o jogo de interesses em que eles têm parte. Quão longe vai o jornalismo descomprometido... Estranho é a "situação" obter tão poucos votos com tanta lavagem cerebral...
Mas a nossa vitória só parará nas legislativas. E, em minha opinião, num regresso da justiça a Portugal e no julgamento verdadeiro deste país controlado pelos interesses dos "boys" e onde a corrupção, os favores, os compadrios imperam.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

10 de Junho

Ontem a minha setora de protugues pediu k noz escreveçemos um testo sobre o dia de Portugal. Eu axo k fiz um ganda testo! E pork? pork o meu setor de historia esplica bué de bem e eu ate gosto do omenzinho... Até axo que a setora de protugues non gosta dele - k é o prof Évora - e por iço é k pediu a malta pra fazer este testo. Mas tramaçe k a málta sabe bués destas cenas. E komo non eskrevia neste blogue à bués k até já tinham preguntado pork, resolvi deichar aki as ideias pincipais do testo. A pregunta era "O k se comemora a 10 de Junho". A resposta foi másómenos ixto:
A 10 de junho comemora-se o Dia de Kamões. Pork foi kuando o Kamões nacheu. Este ganda omem nacheu mesmo no Dia de Portugal, tal a pontaria! (o k é uma çorte pork ninguém se eskeçe do noço aniverário K eu tamén fasso anos no domingo de Páskoa). A maior parte do pipol só conhece o Kamões por ser cego de um olho e xegam a pensar k o men é da akapo. Mas o Kamões foi um ganda pueta do nosso país. Viveu à bués, na epoka dos deskobrimentos. Foi pá Índia com o Vasko da Gama k era de Çines (kom esta devo ter deichado a setora baralhada, eu até sabia ko Vasko da Gama era de Çines). E enkuanto o Vasko navegava, o Kamões eskrevia puemas das pitas k colhecia. Parece k as pitas kurtiam todas o Kamões (se kalha o Kamões tamém jogava bués bem futbol). Non se çade bem komo é k o man perdeu o olho: à kem diga k foi um tiro perdido na cassa às rolas, à kem diga k foi cuma antena de telelé k se espetou plo olho adentro. É k nakele time foi à bués e os telelés eram bué gandes e tinhão antena gande k causava bués assidentes!
Mas a 10 de Junho tamém se Komemora o dia das komudidades protuguesas. As principais komudidades protuguesas son os sofás e as kamas. Mas tamén à otro móvel k a velha tem lá no kuarto k pokos conhessem mas k se xama komoda e çerve para guardar ropa com comudidade komo o nome indika. Tamém avia aki uma miuda k tinha kabelo bué komprido e suxo k foi pra uma kumudidade, mas iço eu non percebi o k era.
E prontos, eu kurto bués o Kamões e, subertudo, as kumudidades, k kada ves à +, basta ver a trabalheira k era os telelés do tempo do Kamões bué de grandes e sem rede (k também é outra kumudidade portuguesa) e os dagora. Por iço fou paçar o dia 10 de junho a kurtir as kumudidades e fico a tarde toda no sofa a ver tv e a jogar kom o meu magalhães (k era um amigo do Kamões k viajou kom eles).

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mal-agradecidos

Confesso que me sinto decepcionada. Até com uma pontinha de depressão. Atão esta cambada de mal agradecidos dos tugazinhos não é que foram votatrno gordo e nos comunas!!! Depois de tudo o que o meu Sócrates (sim, que agora ele é meu e não nosso) fez por todos nós, depois das noites que passou em claro a pensar nos pobrezinhos dos desempregados, depois das brilhantes ideias que teve com os Magalhães, apesar de o andarem a chatear e a preocupar com falsas acusações de diplomas tirados ao domingo, casas na Covilhã, freeport e até porém em causa a sua masculinidade! Depois de todos estres sacrifícios do meu Sócrates, único homem capaz de governar este país, único com capacidade para isso, o pessoal esquece-se de ir votar! Sim, porque ele só não ganhou por causa da abstenção e dos votos em branco!
Olhem que eu fiquei mesmo chateada e irritada com tudo isto. Nem consegui dormir bem a noite passada! E depois hoje, pela hora do almoço apareceram por aí uns professorzecos com ar de gozo... Não sei se não será essa cambada que está por trás de algumas das mentiras que atrás falei... E a verdade é que andaram a dizer às pessoas para não votarem no PS! Ai sim, que eu sei o que digo e isso é verdade! É que houve mesmo professores a dizerem às pessoas para não votarem no PS! O que é que eles mereciam, esses professores? Para mim eram todos despedidos com justa causa, pois se é o governo que lhes dá de comer... Vejam bem que o professor Évora apareceu aí hoje com uns colegas e meteram-se nos caracóis e nas imperiais e sempre a mandarem bocas todos felizes que pareciam os gajos do porto quando ganham o campeonato... Olhem, sabem o que fiz? Eu digo que agente não deve fazer segredo das coisas que faz a bem do país. Escrevi hoje mesmo uma carta para a ministra da educação com os nomes dos professores que andaram a dizer às pessoas para não votarem no PS. Bem sei que ela não os vai despedir, que não pode por causa das leis, mas pelo menos pode ser que mande lá uns inspectores ou os aperte naquela avaliação que eles se tão sempre a queixar... E é bom ter estes comunas dos professores debaixo de olho...
E esta noite eu devia ir às novas oportunidades, mas não quis ir lá encontrar os professores com aquele ar de gozo... bem sei que nas novas oportunidades não são professores, são só formadores. mas eles são formadores à noite e professores de dia...
Em fim, foram só uma eleições sem importância, que mais tarde, quando for a sério, sempre quero ver quem come os caracóis.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Visão estratégica!

Hoje estavam para aqui uns professores numa mesa do snack-bar de volta de uns caracóis e a falar mal do governo e, sobretudo, da ministra deles. Irritam-me quando estão naquela conversa da pouca-vergonha sempre a falarem mal do que se faz com aquele ar de gente inteligente que sabe o que diz. Ai, que estes professores têm-se em boa conta mas na verdade não percebem náda do mundo há volta deles. Irritam-me tanto! Ainda por cima poupam nos caracóis, pedem três cervejas para quatro e verificam sempre as contas como se nós os fossemos enganar.
Mas vamos lá ao que ionteressa. A converça de hoje era sobre a escola e a fálta de funcionários. Dizia o professor Évora - que até é dos mais simpáticos, escápa para prof. (em simpatia, entenda-se, que ele é gordo e feio como um rinoceronte, salvo as semelhanças) , que a escola tem fálta de funcionários. E que a culpa é do Sócrates - do meu Sócrates! - que gásta o dinheirinho nos Magalhães e no plano tecnológico e não em funcionários! E também que antes de gastar dinheiro em computadores ele se devia era preocupár em pôr psicólogos nas escolas.
Hora quem o ouvisse até poderia ficar convencido, que ele é todo bem falante quando põe aquele arzinho superior de gozo. Mas se pensarmos bem não tem razão nenhuma, como voo paçar a explicar. É que eu agora ando nas novas oputunidades e abituei-me a pensar nestas coiças e já não me deicho enganar por outro só porque é professor, isso são tempo do antigamente, que felizmente agora o Sócrates deu-me auto-confianssa com o regreço há escola.
Então e porque é que o senhor professor armado em sabixão não tem razão? Por três motivos que paço a indicar, e para sistematizar e organizar o pençamento:
- Em primeiro lugar já não são percisos tantos funcionários nas escolas que agora os professores paçam lá mais tempo e não só a meia dúzia de horas de antigamente e se paçam lá mais tempo bem que podem evitar que os alunos sujem tanto a escola como o faziam. É o trabalho deles, como diz a nossa ministra: trabalhar com crianças, enciná.las! (reparem que não estou a dizer para eles limparem a procaria, apenas para que evitem que os alunos sujem, educando-os que é para isso que são pagos!)
- Em segundo lugar com os magalhães não são percisos psicólogos nas escolas pois se pela net pode haver consultas online, não é? Se um aluno tá com problemas psicológicos pode ir a um perito online e este resolve-lhe logo ali o problema. Até se for vítima de bulingue pode logo mandar um email para a PSP ou GNR conforme viva na cidade ou no campo. É isto que os professores não compreendem: o plano tecnológico gásta dinheiro em máquinas mas popa nos funcionários do estado que tem um défisse muito grande... Chama-se a isto, senhores professores, racionalização do trabalho!
- Em terceiro lugar algo que eles - os professores, não conseguem perceber. É que com os magalhães atingem-se objectivos mais vastos que os da simples educação. Ainda no outro dia ia para casa e vi um ciganito à porta do prédio social dele a teclar no Magalhães. Ora o que é que isso quer dizer? É que os Magalhães os mantêm entretidos! E enquanto os mantêm entretidos, os ciganos não andam a roubar a gente honesta como eu! Isto é que é visão estratégica, visão de futuro! Ah, que o meu Sócrates é mesmo um génio!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Amanhã é 30 de Maio

Amanhã, claro, lá estarei. Partimos do Marquês, vamos para o Terreiro do Paço. Como da primeira vez. Nessa altura, a senhora ministra disse que éramos comunistas. Eu, por acaso, até tinha votado nesta gente. Agora, prefiro ser apelidado de comunista - não me fica mal -, do que dizer que votei nesta gente, não só corrupta mas também sem uma pontinha de moralidade ou, sequer e ao contrário do que dita a propaganda, projecto político ou educativo.
Amanhã, claro, lá estarei.

sábado, 23 de maio de 2009

O fim do pudor

Não sou suficientemente ingénuo para pensar que os eleitores se preocupam com as grandes discussões políticas ou ideológicas antes do voto. Imagino que votem de forma mais tradicional a pensar "estes tipos são uns malandros" até ao dia em que, vendo os anos a passar, deixam de ter a preocupação de se deslocarem à mesa de voto. Claro que haverá os mais calculistas que têm cartão de partido, ou que são pressionados por quem o tenha, ou que estão dependentes de um emprego na câmara ou de alguma licença de construção ou esperançados em verem resolvidos os seus problemas com os esgotos. E este facto explicará porque a abstenção é maior nas europeias e menor nas autárquicas. Mas esses são a minoria e poderíamos chamar-lhes os "cidadãos motivados e interventivos". O resto não quer saber se deve haver mais ou menos mercado, se a regulação funciona bem ou mal, se o Paulo Rangel é bom candidato, sequer o nome do ministro da economia ou de outro qualquer, ou mesmo se o desemprego é 8 ou 10%. E, consequentemente, está-se nas tintas para saber se o Lopes da Mota se deve ou não demitir. Creio igualmente que os partidos não embarcam nessas ingenuidades. O PS ou o PSD sabem muito bem que três quartos dos portugueses não distingue o Lopes da Mota do Vítor Constâncio. Sabem que tudo se joga na propaganda, e nesse particular o PS leva grande vantagem.
Todavia, e apesar destes factos não interessarem aos portugueses, e até se poder argumentar com presunções de inocência até ao transitar em julgado, havia antes uma réstia de princípio na democracia (como convencionou chamar-se a este regime) a que chamarei de "pudor". Podia valer muito poucos votos, mas uma espécie de vergonha perante quem fazia uma asneira destas à Lopes da Mota que fere todos os princípios da ética - até da ética política mais aproximada ao niilismo - que o levava a demitir-se, ou a ser demitido, em vez de andar para aqui a boiar como se nada se passasse. O caso "Lopes da Mota" é apenas mais um do sistema português (o tal que de democracia começa apenas a ter o nome); mas este caso vira uma págiina neste sistema que perde o "pudor" perante a indiferença e o encolher de ombros dos eleitores.
Sócrates diverte-se ao manter o amigo Lopes da Mota no Eurojust e, certamente, ri-se. E esse riso traz verdade ao adjectivo com que os alunos da António Arroyo (manobrados por essa corja que são os professores?) o apelidaram no dia de hoje.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A propósito de uma prova de aferição mal feita

Hoje fiquei um bocado xateada com a ministra da educação. O professor Évora farta-se de falar mal dela e, secalhar, terá alguma razão. Ora eu paço a explicar:
A Vanessa Filipa é uma namoradinha do meu filho Fábio André que anda no sexto ano. É muito boa moçinha, ajuda muito os paise quando aparece cá pelo snack bar dá-me sempre um beijinho. Gosto muito dela (é sempre tão difícil ver-se gente assim educadinha que nos fala sempre). Parece que não dá muito para a escola pois já reprou duas vezes, mas axo sinceramente que deve ser incompriensão dos professores, mixturada com alguma timidez dos pais que não vão lá há escola pôr os pontos nos is com os professores (axo que tenho´de ser eu a próxima encarregada de educação da Vanessa Filipa). Ora acontece que hoje a Vanessa Filipa fez prova de aferição de Língua Portugiesa. Ela disse que aprova até que tinha sido "bué da fácil" mas o pior foi a composição. Então não é que pediram aos miúdos do 6º ano para fazerem uma redacção sobre um livro que tivessem lido! Vejam bem: a gaiatos do sexto ano anda-se a pedir que escolha um livro que tivessem lido" Com tanta coisa gira que à para fazer, no século da internet, do MP3, das playstations, dos telemóveis, anda-se à espera que crianças de 11 anos - como é a maioria que anda no 6º ano - leiam livros??? Mas quem fez este exame pensa que o país parou lá no tempo em que os comunas queriam mandar nisto tudo?? Se calhar não é a ministra que tem culpa, mas algum professor que para a tramar foi pôr esta pergunta na prova de aferição. E depois admiram-se que os resultados sejam negativos e piores que o resto da Europa onde não fazem questões destas!
É que eu sei do que falo, que até estudei até ao antigo 8º unificado. E há pouyco tempo, graças às novas oportunidades fiz um rvcc de 9º ano e agora estou a fazer um de 12º ano que devo terminar ainda antes do Verão! Mas quando fui fazer este rvcc disse logo assim ao formador (que ele não gosta de ser tratado por professor mas sim por formador lá terá as suas razões): "olhe lá ó fomador eu cá sou uma mulher de trabalho e não tenho tempo para andar a ler livros." E vai ele descansou-me logo e disse-me que agora, no século XXI português já não é preciso ler livros para ter o 12º ano, o que é preciso são as competências e isso nada tem a ver com literatura. Ele mesmo o único livro que leu foi o da Carolina Salgado e à pouco tempo. E fiquei descansada. Ah, que assim, a desenvolver competências e a certificar quem trabalha é que o país vai para a frente. Obrigado Sócrates pelas novas oportunidades, que tu não te esqueces de nós.
Ah... quando me lembro dele só me apetece suspirar... Ah... minha patanisca fofa, o que te faltará para seres perfeito?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dorme bem e sonha comigo, meu herói!


Cada vez gosto mais deste primeiro-ministro. Ah... como estou arrependida de ter votado no Santana (por quem também tenho grande admiração, diga-se, mas este Sócrates tem-me enchido as medidas). Que Homem espectacular!
Ai como gostei hoje de ouvi-lo com aquela história de perder o sono com os desempregados. É que depois de tudo o que têm feito e dito dele - ele foi dizerem que não era um homem completo, ele foi as casas lindas que desenhou na Covilhã, ele foi o curso de engenheiro feito ao domingo, ele foi o caso com um técnico inglês e agora, que pouca vergonha!, até dizem que recebeu dinheiro do Freeport. Pois eu digo que se recebeu dinheiro do Freeport ele fez muito bem, que o Freeport é muita giro que eu já lá fui e se ele recebeu dinheiro o dinheiro veio do estrangeiro e se agente precisa de dinheiro do estrangeiro quer-ser lá saber comé que ele entra, não é verdade? Arranjou foi mais uma maneira de sacar dinheiro à união europeia, neste caso aos ingleses. E até o meu rochinha que é pessoa honesta costuma enganar-se nas contas quando aparecem por cá uns ingleses. E que mal é que isso tem? Então eles não estão cheios de dinheiro e não nos enganarão tantas vezes? Sim, que já ouvi o professor Évora explicar uma vez aquela história do mapa cor-de-rosa em que eles nos roubaram metade de África e quase levam o Algarve...
Mas dizia eu que fiquei deveras emocionada quando o ouvi hoje. É que agora, mesmo quando o chateiam mais com o freeport, e chateiam tanto que até acusam amigos dele de andarem a meter cunhas, não é com isso que ele se preocupa, não senhor! Ele, porque só quer o nosso bem, preocupa-se é com os desempregados que vão ficando pobrezinhos, como disse hoje. E preocupa-se tanto que até perde o sono, acorda a meio da noite a pensar nos desgraçadinhos que não têm emprego! Ah, grande Sócrates, és o pai de todos nós, és a nossa salvação, o nosso herói! Mas olha, quem te tirava o sono, sei eu quem era, que tu és cá um pão... Ai, que mesmo casada, eu, Julinha, inda fogosa como uma rapariguinha (é que o Sócrates não dorme por causa dos desempregadinhos mas cá o meu Rochinha eu sei muito bem porquê...), dizia eu, que cá a Julinha é que te tirava o sono, meu grande borracho, que ao pé de ti o Santana parece um xarroco velho, todo corcomido e rançoso ao pé de um besugo fresquinho!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O 1º de Maio e o "Ser português"

Ouvi com algum agrado - confesso - que o cabeça de lista do governo ao Parlamento Europeu, o avô cantigas, perdoem-me: o Vital Moreira, tinha sido agredido nas manifs do 1º de Maio. Depois, ao perceber pelas imagens, fiquei um pouco desiludido: atiraram-lhe umas garrafas de água e chamaram-lhe nomes (nada que ofendesse a dua virilidade ou filiação, apenas uns apupos de traidor). Nada que evitasse a vitimização e a escandaleira portuguesa nos órgãos de comunicação social: ai estes gajos - os comunas e os esquerdistas - são mesmo mal educados, não sabem viver em democracia, não perdoam a quem passa para o lado dos que ganham e procura, naturalmente, uma vida melhor, são mesmo assim as leis do mercado que estes arruaceiros não percebem. Escutei o Director do "Público" na SIC notícias a dizer que isto cá em Portugal era uma vergonha, não se sabia viver em democracia, veja-se o caso inglês em que não há gritos (sic) na câmara dos comuns; é que cá, com estes partidos, não é possível haver democracia (argumento usado há quarenta anos por Marcello Caetano).
Depois vi o 1º de Maio nos outros países da Europa: na Grécia, em França, na Alemanha. Carros incendiados, montras partidas, gritos de revolta, apelos ao sequestro do patronato e dos dirigentes políticos. Coisas a sério. E fiquei a pensar: só mesmo em Portugal é que um cabeça de lista do partido do governo sai numa manif da central sindical de esquerda. Só mesmo confiando na nossa tradicional passividade é que o o Dr. Vital Moreira se arrisca a desfilar ao lado daqueles que estão desempregados, congelados, amoradaçados; é que o candidato do partido de um governo que deixou correr a corrupção, o roubo, o fartar vilanagem dos gestores e boyzecos desfila num primeiro de Maio travestido de esquerdista revolucionário. Estranho ainda ninguém ter dito que foram professores que lhe atiraram a água depois do apoio desse senhor à ministra da educação. Não, este desfile de Vital Moreira seria impossível noutro país europeu! E é a prova de que o nosso povinho se vai irritando tanto que até atira garrafas de água à face visível deste poder. O suficiente para a vitimização do mesmo poder. Ah, malvados comunistas!
Ah, bom povo português!

sábado, 25 de abril de 2009

Cá os jovens também sabem o k foi o 25 de Abril!

Estáva oje cá no cafe a falar com o Sergio patinha sobre o 25 de Abril e vai ele diseme: óh Ronaldo, tens de fazer uma mensagem no blogue para as peçoas verem k a málta + nova percebem bués do 25 de Abril. O prof Évora, k estáva lá ao kanto a ler as anedotas do jornál pois k non parava de rir, inda se meteu com nosco e non keria k eu fizess aki a mensagem. Mas vai logo o Patinha diz-lhe açim: deixa-te de falças moléstias, pá! o puto sabe bués de história, deixa-o mostrar-çe para o pipol ver k ele non é só um puto engrassadinho k joga bué bem futbol, esta malta sabe de história que é um bué. É k o prof Évora foi meu prof de história e ençinou-me bué laré coisas da história, k eu aprendi com muita atençon çempre k ele é bem bakano e diz umas piádas giras se bem k um pouco esdrúchulas.
Então é açim: o 25 de Abril foi há bués mas bués memo, o me velhotes inda eram krianssas + novas k eu agora. E foi uma revolussão bakana em k os soldádos meteram os kravos nas metralhadoras e açustaram a málta toda. Á putos lá na turma k non entendem komo é k o pipol se açustou kom os kravos, mas eu percebi: o truke era k os kravos tinham k ser vermelhos e o pipol ficava a pensar k o vermelho era sangue e tinha cagufa. Axo k o pipol nakela altura k já foi à bués inda non usava okulos e por iço é k confudia os kravos kom sangue. Pelo menos o pipol + velho k era kem táva no governo. Mas memo velho velho, tão haver? Açim velho dakele estilo de k tão no lar. E era a partir do lar k esse pipol governáva o país. Çobretudo um man muita mau que fabricava utençilios de cozinha e tinha voz de maricas dakeles k non partem um prato. Ora talvez as mulheres k trabalham no lar lhes tiveçem robado os okulos e esse pipol non viçe bem e confudiçe os kravos kom sangue, tão haver? Já vi num filme k o prof Évora mostrou ká ó pipol k ouve uns mens k dispararam e mataram uns bakanos k tavam distraídos. Axo que esses mans fizeram mal, mas ómenos çempre deu ação ó filme.
O k eu + gostei no 25 de Abril foi akela bakana com uns olhos muita fiches k tinha um marido militar mas akabou aos beijos a um man de Kabelo Komprido. A bakana era mesmo gira, mas enKalhando agora já tá velha ka pró Fábio!
Mas tamém kero dizer k o 25 de Abriol foi bué importante para a noça história pork antes eram os velhos k governavam e nem seker eram reis. E liam os jornais todos antes de sairem e poribiam as mulheres nuas de apareçerem na TV e na internet. E havia uma polissia k era açim tipo os americanos nakela prisão de kuba ou do Irake. E as koiças eram ton diferentes k avia enxames na eskola e havia bués que eram retidos e até o prof Évora me contou k às vezes os profs batiam nos alunos com uma régua ou um caválo-marinho k ele explcou o k era mas tava um bokado confuso. Vejam bém: o prof a bater no aluno e nom apanhava da malta nem ia prá rua! Mas avia uma koisa k era boa: se um gajo non tiveçe jeito prá eskola podia deixá-la k ninguem o xateava, ia trabalhar ou kualker coisa e prontos, tásse. É k agora parece k um gajo tem k aturar os profs até aos 18 e nem falam em ofereser ao pipol k fica ká mais anos um computador melhor k o Magalhaes k é lento como o kacete. Ficar na eskola + anos para aprender +, diz-me o Patinha. Mas mais do k? É k kom estas senas fiko priokupado kom a minha carreira de futebol!

terça-feira, 21 de abril de 2009

O Sr. 1º ministro na TV

Acabei de ver o Dr. José Sócrates na TV. Ai que o homem é mesmo giro! Um pão! Digo-o sem medos: mesmo sendo casada, acho aquele homem uma beleza. Edepois, as coisas que ele sabe! Viram bem os números que ele disse de cor? Ele anda mesmo a trabalhar muito por nós! As coisas que ele já fez.
Mas se escrevo agora é só para vos dizer a todos uma coisa: vou falar com o meu marido e, a partir desta semana desliga-se a TVI às horas dos telejornais que ele tem razão: aquilo é só falar mal dele. Até parece que o telejornal é travestido, isto disse ele. E eu fiquei cá a pensar: então não querem lá ver que a Manuela Moura Guedes é um homem? O que axo estranho, pois ele era muito bonita quando era nova. Ou então, secalhar, fez uma operação e agora é que é um homem, que eu não precebo nada disso. Até pode ter sido naquelas operações que ela vai fazer aos beiços, sabe-se lá!
Mas prontos! Acabaram-se os telejornais da TVI! Vai ser um grande sacrifício e muita gente cá no snack-bar vai ficar com pena de não ver reportagens dos assacínos e dos asidentes, mas paciência: não se metessem com o meu José Sócrates!

Sócrates na TV

Por uma qualquer espécie de masoquismo, decidi-me a ver a entrevista do nosso primeiro. Aquela arrogância irrita-me até às entranhas. Durante grande parte da entrevista assemelhou-se a um vendedor de seguros, a enumerar números e medidas. Na verdade, José Sócrates quase que daria um excelente vendedor de seguros: é fluente, é chato, dispara números que ilustram eficente e inequivocamente a qualidade do produto que vende, ilude as perguntas. É seguro. Disse que quase daria um bom vendedor de seguros porque comete o erro de inferiorizar aqueles que o questionam (sabia? não sabia, pois não? sabe? ah... estou a ver que não sabe). E as pessoas não gostam daqueles que parece que falam sempre com razão, gabam-se de saber o que nós não sabemos, ai o maniento! Acho que foi por causa de homens como Sócrates (o tuga) que a democracia ateniense inventou o ostracismo (num mundo global, o ostracismo para Sócrates seria mandá-lo para outro planeta).
Mas depois veio a segunda parte da entrevista: o caso Freeport. E aqui, terá sido impressão minha ou o nosso primeiro ficou mais nervoso, menos claro, menos evidente? A nada respondeu, apenas se limitando a verberar o que tinha trazido decorado de casa. E a esta altura já os jornalistas estavam fartos, mas pouco concentrados. Acho que estavam irritados com o "sabia?", incomodados por estarem a fazer uma entrevista em que a agressividade partia do entrevistado e não deles. Mas talvez o povo português goste do género.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Política e estatísca

Aprendi na escola que a política é a arte de governar. Que vem do grego e que significa "governo da cidade". Para governar é preciso antes de mais conhecer o que se governa e, depois, ter objectivos, ideias, metas. Assim, e isto era verdade até há bem pouco tempo, existiam uma série de ideologias que propunham formas de governação que acreditavam que seriam aquelas que trariam melhores condições ao povo (ou ao país, já que ideologias existem que consideram que a felicidade de um povo não cabe fora do êxito do país). É verdade que olhando para o Portugal de hoje parece mentira que tal ainda exista. Na verdade, os políticos que nos têm governado parecem que o têm feito sobre o seu próprio interesse, seja porque querem o poder pelo poder, o simples protagonismo televisivo, o poder pelo emprego futuro (como gestores de empresas), o poder pelo lucro imediato (sendo corrompidos, se possível por acto lícito). Mas adiante, façamos de conta que ainda existe uma réstia de ideologia na classe que nos dirige.
Tornemos então ao conhecimento do país e ao tema do fim-de-semana: a estatística. A estatística dá-nos indicadores sobre o país. Sobre o que se governa. Não haverá cientista social que a despreze. Mas a estatística está a montante, e não a jusante, da acção. Ora quando se governa apenas para o resultado estatístico, está-se a deturpar a própria acção, invertendo-se os factores. Tal não é revelador apenas de quem não sabe agir, é revelador também de má-fé e, perdoem-me, de alguma chico-espertice mais característica do trapaceiro de rua que deste género de charlatão de fato e gravata. E claro que governar para a estatística incorre em perigos, pois atingem-se os resultados no papel, mas esses resultados deixam de espelhar, como é evidente, a realidade. Isto tudo é demasiado claro. Portanto, o Presidente da República tem razão quando aponta a estupidez do governo ter por objectivo apenas os números e gráficos. Não o deveria ter feito de forma tão "disse mas não disse", e a resposta do primeiro-ministro é apenas um fingimento do mesmo teor. (presumo que seja uma sensação parecida com receber dinheiro de suborno num ofshore - recebe-se mas não se chega bem a receber porque não é cá, diz-se, recebe-se, faz-se, mas fica-se sem problemas de consciência porque parece que não se fez).
Lamento é que o Sr. Presidente pareça só agora ter acordado. É que temos uma ministra que foi a campeã do governo a trabalhar para a estatística. Falo daquela senhora da educação que aumentou a estatística do número de horas de trabalho dos professores, do do número de horas dos alunos na escola, do abandono escolar, do número de certificações passadas, do aproveitamento, dos resultados nos exames de todos os níveis, etc. e tal. Fez um grande trabalho estatístico mas, por outro lado, veja-se como a escola em portugal piorou nos últimos 4 anos. E este senhor Presidente da República, que agora diz que não se deve governar para a estatística, tanto que a gabou. Enfim... serão coisas de uma mente superior... Por alguma coisa é doutor honoris causa em Literatura...

domingo, 19 de abril de 2009

EIRE

Aquando do célebre referendo na Irlanda que ditou o "não" à constituição europeia disfarçada prometi, aqui debaixo do telhado do Gato Esteves e numa noite de copos com o Fernando Évora, que haveríamos de visitar a Irlanda como prova do nosso agradecimento. Ora bem, esse momento foi nesta Páscoa aproveitando o facto do Rochinha ter fechado aqui o snack-bar.
Assim, parti com o meu amigo, mais a sua família, para essa ilha que soube dizer não aos neoliberais europeus. (agora que falo nisso, nunca mais ouvi falar dessa constituição tão neoliberal depois de estalar esta maldita crise; será um reconhecimento de que o tratado que dava peneiras ao Sócrates por se chamar de Lisboa era uma catástrofe económica?).
Dessa viagem, de que haveria muito a dizer (mais um paraíso para a ASAE poder fechar tudo, tal como no resto da Europa: açucar em bule, leite em bule o dia todo em cima das mesas, estabelecimentos sem casas de banho, etc), deixo aqui apenas duas notas, acompanhadas de fotografia (bem sei que são beras, mas então):
1- Um certo fundamentalismo católico: na sexta-feira santa é proibido vender bebidas alcoólicas em toda a Irlanda. Assim, ateus como nós que buscavam a sua guiness ficaram a beber água (imagine-se a água a acompanhar um irish stew). Vejam o ar desiludido do meu companheiro de viagem em Kildare (terra com história na luta contra os ingleses) em frente aum daqueles pub de livrinho, de romaria de culto, depois de ter bebido um cházinho...
2- Havia marcas da crise um pouco por todo o lado. Não que se vissem sem abrigo ou pobres nas ruas. Mas havia sinais da delacção, como o que segue na segunda foto, anunciando diminuição de preços por causa da recessão.


domingo, 5 de abril de 2009

ENCERRADO PARA DESCANSO DO PESSOAL

Uma vez que a Julinha não tinha sítio para deixar as crianaças, vai o Rochinha e disse-lhe: "Há quantos anos não tiramos férias? ora como não se lembravam, decidiram-se a encerrar o "snack-bar da Julinha" até dia 12. "Para descanso do pessoal" como diz no papel colado na porta. Este blogue associa-se a essas férias e vai dar descanso não só ao pessoal como também à clientela.

Uma proposta para melhorar as escolas

Eu cá oço falar de muitas reformas deste governo e até axo que a maior parte delas estão bem feitas, sobretudo as que dizem respeto à educação. Como por exemplo esta de darem magalhães aos moços, que o meu Fábio até recebeu um e já percebe destas coisas dos blogues mais do que eu que sou mãe dele e sempre me ajeitei com máquinas e novas tecnologias. Também me pareceria que a menistra tem agido muito bem, eu cá simpatizo com ela mas mais ainda com o Sécrates, ai que ele é cá um pão... Mas o professor Évora não gsota nada dela e lá terá as suas razões que agente cá no snackbar simpatizamuito com ele e ele não é de ódios assim por dar cá aquela palha, ao contrário do patinha que está sempre mal disposto com os governantes.
Mas se eu escrevo este blogue é para fazer uma pergunta: atão a senhora ministra não devia manter as escolas abertas na altura da Páscoa? Não percebo porque é que estão fechadas, os moços assim não têm para onde ir e ficarem em casa é só para dar chatice. Até podiam ir para a escola e não ter aulas, que o que se aprende é mais na internet (por isso é que foi muita bom andarem a dar os Magalhães). Até acho que podiam fazer turnos com os professores e terem a escola aberta aos fim de semana para as pessoas que trabalham nesses dias, como eu e o meu marido. É que assim, como estão as coisas, a escola não serve para nada. Uma pessoa tem filhos e depois não sabe onde os háde pôr! E ainda falam em encentivos à natalidade!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Sókrates é bakano.

Decharam-me escrever num blogue, o cacho k foi bue fixe pois so jovem e a milha mãe nã me decha fazer bué coisas k eu sou mais bué capas de fazer quela. Como por exemplos esta coisa da internet e novas teknologias k os cotas nã sabem nada mas ka a malta jovem sabe k tem tic na escóla e ate k eças aulas são das mais kurtidas k a malta tem até k a malta nunca falta a tic ou kuase raramente e kem. Mas ósdespois a velharia axa k a net é bué prigoça e tem medo k eu seja ratado, o k eu até compriendo na milha mãe pois k eu so um puto muita giro, toda a gente tá sempre a dizer. É k o meu nome é Fábio André mas lá na eskola e aki no snack-bar toda a jente me xama Ronaldo porke eu jogo futbol bué bem e além disso so bué parecido com o man tenho um korte de kabel k fico tal kual é por iço k as miúdas nã me decham e andam cempre atráz de mim para me faserem festas e expremerem as burbulhas.
O k eu keria diser neste primero post é k eu axo bué mal andarem prái a falr mál do Magalhães. É k um gajo komo eu nã tinha direto a Magalhães se nã foçe daremo lá na eskola, co me pai já tinha dito k nã me komprava Komputador se eu xumbaçe outra ves. Mas osdespos grassas àkele bakano do sokrates lá me deram um k eu tenho cubcidio k os mes pais tem snack-bar. E fikei kom um magalhaes. Mas cá o Patinha e o profeçor falam cempre mal do Magalhaes e parese k ate fikaram kontentes de dizerem k akilo tem erros orográficos. Mas eu ká digo k pelo menos o meu nã tem k eu ainda nã vi nenhum erro e até tenho tido 3 a Lingua portugesa. É xato é akilo nã ter draifes pa por cds mas a málta vaice safando e a verdade é k ká no snack-bar todos kerem ver as imagens q a málta buska na net kuando a minha cota está a fasser o koiço la na kuçinha ou atã os filmes do yutube.
Tenho dito, o sócrates é bakano k deu magalhães à málta, só defia era memo mandar cá a eskola akela outra bakana qé kualker coisa das eskolas e k lichou os profs prá malta atirar ovos.

terça-feira, 31 de março de 2009

Um novo blogue?

No seguimento de uma grande discussão por causa da obra de Courbet aqui publicada (a origem do mundo - nunca pensei que semelhante obra gerasse tanta controvérsia) decidiu-se no snack-bar da Julinha, sito mesmo por baixo daquele que um dia foi o telhado do gato Esteves, alterar os autores, as permissões e, consequentemente, o rumo deste blogue. Sintetizando as diversas razões:
- A Julinha achou que era abusivo colocar uma passarinha escarrachapada num local que fazia referência ao snack-bar com o seu nome ("sabe-se lá o que as pessoas vão pensar", afirmou, e faz questão de acrescentar "aquela não sou eu!!")
- O Sérgio Patinha considerou que a atitude da Julinha era decadente e um atentado à mais elementar liberdade de expressão, tendo chegado a ameaçar deixar de frequentar o snack-bar.
- O Fábio André, que é o filho adolescente da Julinha e do Rochinha, ficou entusiasmado com a ideia de também poder escrever no blogue que afinal não era uma coisa de cotas.
- A Julinha achou que era perigoso o Fábio André escrever no blogue por causa dos raptos e abusos online.
- A clientela do snack-bar interessou-se subitamente pela net e começou a cuscar o Magalhães do Fábio André.
- O Rochinha não gostou da brincadeira e anda assustado. Diz que a crise e "esta porcaria dos computadores" tira as pessoas dos snack-bares e os snack-bares são sítios onde se fala a sério, não é como na net.
- A Julinha proibiu o Fábio André de trazer o Magalhães para o snack-bar.
- O Sérgio Patinha considerou que essa proibição seria um atentado à mais elementar liberdade de um adolescente em final de escolaridade obrigatória.
- A Julinha mandou calar o Sérgio Patinha ou punha-o na rua.
- O Sérgio patinha chamou fascista à Julinha.
- A Julinha chamou paneleiro de merda ao Sérgio Patinha.
- O Sérgio Patinha abandonou as instalações do snack-bar da Julinha e disse que nunca mais ali voltava.
- O Rochinha, sensato como sempre, convencou todos a sentarem-se à mesa e a pedirem desculpa uns aos outros.
- E todos à mesa decidimos que este blogue passa a ser da autoria de todos os frequentadores do snack-bar que assim o desejem.
- O "Fábio André incluído" insistiu o Patinha.
- A Julinha cedeu, o Fábio André pode escrever o que quiser desde que não ponha lá nenhuma fotografia dele nem diga onde mora.
- "Acabaram-se os tempos do Gato Esteves aqui em baixo" sentenciou o Patinha e pediu que tal fosse aqui escrito, numa alusão a que agora volta a democracia ao snack-bar da julinha em contra-ciclo com o que se passa no país.
- "Aquela da fotografia não sou eu" insistiu a Julinha que fosse aqui escrito e pediu também paera que o fundo não fosse negro que lhe lembrava mortos e funerais.
- Mas a frase final coube ao Rochinha, que vai aprender a escrever num teclado de computador para também ele participar neste blogue, e que pediu que se pusesse aqui em letras garrafais:
"VÃO AOS SNACK-BARES E ESTABELECIMENTOS SIMILARES O DOBRO DO TEMPO QUE PASSAM SENTADOS À FRENTE DA MERDA DO COMPUTADOR".
E assim se inicia um novo período da história do blogue "O telhado do gato Esteves". Todos os frequentadores do café podem escrever no blogue fundado por mim, Fernando Évora, incumbido por todos de ser o "moderador".

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dia de antestreia

Permitam-me que hoje, dia 28 de Fevereiro, data da antestreia da primeira longa-metragem do meu amigo Numo Matos, evoque aqui o seu "documentário 239", curta premiada e na qual eu me orgulhe de ter dado uma pequenina colaboração (também na anteestreia de hoje "longe de mim" me orgulho de fazer um pequeno papel de dois minutinhos - espero que não estrague o filme)


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Haja decência!

Esta história do blogue do "Gato Esteves" já mandava a dár volta ao juizo! O professor Évora e o Patinha escreviam para aqui umas coisas com que eu não tinha nada a ver e depos era o "snack-bar do Rochinha" que fica por baixo do telhado que um dia foi do Gato Esteves". Ora eu sei que o professor Évora escreveu um livro a falar nesse gato, e eu até o li que só estudei até ao 8º ano mas ainda percebo alguma coisa da escrita. Não sei se álguma vês ouve aqui um gato esteves, acho que isso é inventádo pelo professor que ele está sempre com brincadeiras párvas do faz de conta, mas até parecia que o que aqui escreviam esses dois era o que agente pensava. E nós não temos náda haver com política, era essa a primeira coisa que eu queria dizer. O meu rochinha até dormia mál nas noites em que eles os dois, mas subretodo o Patinha se punham a falár mal do primneiro menistro e da poilicia, e dizia-me, ai julinha minha galinha de fricassé (que é assim que ele gosta de me chamár) inda um dia entram por ai dentro a xatear-me com essas coisas da politica que agente não tem nada a ver. Mas eu acalmá-va-o e dizia que eles eram boas pessoas e nóssos amigos, dos melhores clientes (o Patinha então deicha cá metade do órdenado) e que agora com a democracia se póde escrever àvontade.
Só que ontem isto passou os limites ao porem aqui a passarinha de uma mulher toda escarrapaxada. Foi a gota de água! O nosso snack-bár nada tem a vêr com estas poucas vergonhas! Fui-me ao professor, que é dos dois o únioco com quem se póde falar, mas ele veio-me com a história da liberdáde de expressão, e então disse-me: o que agente pode fazer é deixar todos os do snack-bar escreverem no blogue. E eu disse tá bem, eu sou a primeira. E ele ensinou-me que eu tamém não sou nenhuma analfabeta, tenho o 8º ano como já disse, até fui da turma do professor na escola e não era burra. O meu rochinha anda com mêdo de escrever aqui que diz que isto dos blogues é do pessoal do contra, é só para dizer mal e mentiras, mas eu disse-lhe vamos lá ver como é que é, e pode ser que ele um dia também escreva. Até o meu Fábio quis aqui escrever, mas eu tive mêdo que ele ainda é um bocado criança e pode ser que o raptem nesta coisa da internet.
Por isso aqui estou eu para dizer: aqui no café somos contra andarem por ai a mustrarem as coisas das mulheres todas escarrapaxadas! ponto final!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

?cracia?

"Pornocracia" e o título do livro de Catherine Breillat em cuja capa da versão portuguesa figura uma imagem do quadro de Courbet intitulado "Origem do mundo". O livro foi apreendido pela PSP de Braga na "Feira do livro em saldo". Ao que parece, porque a capa era "pornográfica". Abriu-se mais uma porta para a censura; assisimos impávidos e serenos a cenas que lembram outros tempos: depois dos bufos, depois das pressões sobre a comunicação social, eis que chega a apreensão de livros. Vamos num caminho conhecido. Pode ser que nada disto tenha a ver directamente com o governo; claro que não tem; mas Sócrates vai deixando tudo correr, que lhe corre de feição.
Ainda há pouco tempo, nas minhas aulas de História da Arte ao Curso Profissional de Comunicação da Escola Profssional de Odemira, mostrei este quadro ao falar de Courbet e do realismo (lembro que esta é uma obra da segunda metade do século XIX). Será que posso ser condenado por incitamento à pornografia ou algo do género?

Uma sentença histórica...

"Uma sentença histórica", foi assim que José Sá Fernandes qualificou a pena aplicada a Domingos Névoa no caso "Bragaparques". Este empresário tentou subornar o vereador com duzentos mil euros. A pena aplicada é de cinco mil... José Sá Fernandes diz que é histórica porque ficámos a saber que se suborna e como é que se suborna. É verdade que a pena não é muito grande, mas será uma espécie de vitória moral...
Óh sr. José, nós cá em baixo já sabíamos que se subornava (no poder local o caso é mato, todos o dirão) e também como se suborna (com dinheiro, e quando o caso mete muito, também com offshores). Cá para mim, isto pareceu-me a mais um episódio da nossa justiça: só cinco mil euros porque o sr. Domingos Névoa foi um homem muito trabalhador, inclusive imigrante, e porque era para um acto lícito, ou seja, o sr. José não necessitava de cometer uma ilegalidade para se abotoar com os duzentos mil, bastaria apenas ir contra a sua consciência de cidadão.
E eu cá transponho para mim: se um dia um encarregado de educação me oferecer um presunto para lhe passar o filho e eu for apanhado, apenas terei que pagar... uma sande mal servida e sem manteiga! E também não cometerei nenhum acto ilícito, muito pelo contrário, até me fica bem na avaliação. A consciência - essa coisa esquisita - não tem importância nenhuma, diz a jurisprudência.
Se é assim que a justiça trata a corrupção, vou ali já volto.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Os recentes acontecimentos carnavaleiros de Torrres Vedras revelaram o caminho deste país. Uma subserviente do sistema que chegou a delegada do MP manda retirar umas imagens de raparigas de mamas ao léu que estavam coladas num Magalhães, que por sua vez estava... num carro alegórico de carnaval. As maminhas das moças seriam, ao que parece, pornográficas - coisa tão chocante! Chocante não certamente por ser Carnaval, época em que é habitual apreciarem-se pares de mamas para todos os gostos, mas, suponho, por estarem num Magalhães, esse símbolo socrático. O caso é noticiado e, não suportando as críticas da comunicação social, eis que o cão de fila do status quo recua e manda repor as maminhas no seu lugar, que afinal aquilo não era pornografia.
E é assim: os delegados do MP, pagos por nós, contribuintes, a zelarem pela nossa integridade moral e pelo bom nome do migalhães, mesmo que precipitadamente. Talvez este seja o pior do legado de Sócrates, que se vai apoderando do portugalzinho: os boys e girls - ainda que acidentais -, zelosos pela integridade moral da virgem ofendida. Talvez mesmo pior que o encolher de ombros perante a corrupção, a falsa declaração, o truque fácil do chico espertismo da cunha, troca de favores e declarações duvidosas de impostos, que isso é coisa que só não faz quem não pode.
(talvez esta seja uma boa hipótese para a delegada do MP vir a ter os seus quinze minutinhos de fama à semelhança da chefe Cândida)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aleixo faz hoje anos

Hoje faz anos António Aleixo. Nasceu em Vila Real de Santo António a 18 de Fevereiro de 1899, há exactamente 110 anos.
António Aleixo marcará para sempre o meu imaginário. Professores que tive, relatos que ouvi de quem o conheceu, fazem com que seja alguém familiar na minha vida. É uma sensação de dejá vu: sinto que com ele convivi, que o vi a vender cautelas no Aliança, sinto-lhe o cheiro a miséria e tuberculose; conheço-lhe quadras de cor, dou por mim a pensar nelas quando me deparo no quotidiano da vida com as mais banais das situações.
Já percebi que António Aleixo não é persona querida para muitos. Na sua maioria, os meus colegas de português não o apreciam, quiçá demasiado presos ao academismo da literatura erudita. Noto que passa mais um aniversário em que Aleixo é esquecido pela comunicação social culta. Vai sendo cada vez mais normal. Há mais de um ano pretendi comprar, para oferecer, a obra de António Aleixo. Descobri como é difícil adquirir neste momento os seus livros – apenas descobri o clássico “Este livro que vos deixo” da casa das letras e não consegui encontrar o “Inéditos” (o meu preferido). É pena, pois acho que a morte de Aleixo faz parte da morte do país que amo (amei?).
Para lhe provar a sabedoria, deixo-vos umas quadras, e depois digam-me se não são tão actuais:

(ao BPN:)
A ninguém faltava o pão
Se este dever se cumprisse
Ganharmos em relação
Com o que se produzisse

(À minha ministra:)
Há tanto burro a mandar
em homens de inteligência
que, às vezes, chego a pensar
Que a burrice é uma Ciência!

(Sem comentários, que regressamos a período pré-eleitoral:)
Tu, que tanto prometeste
enquanto nada podias,
hoje que podes, esqueceste
tudo quanto prometias...

(E esta que me lembra – vá-se lá saber porquê, o meu último post “virgem ofendida”)
Riem doutras com desdém
Certas damas bem vestidas;
Quantas, para se vestir bem,
Se despem ás escondidas!

(talvez seja porque:)
Nas quadras que a gente vê,
quase sempre o mais bonito
está guardado pr'a quem lê
o que lá não está escrito.

Grande poeta é Aleixo!
(lembro, ao fechar este post, o tal concuros dos “Grandes portugueses”. Alguém votou em Aleixo? Acaso não terá sido ele ………?)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Virgem ofendida


Vinha hoje do meu trabalho a ouvir o final do debate quinzenal na Assembleia da República. Fiquei particularmente tocado com a forma sentida como José Sócrates estava magoado com os cartazes da JSD do Pinócrates. Ele não o disse, mas percebíamo-lo: aquela era a mesma JSD que tinha, no seu passado, sido honrada com a sua militância.
José Sócrates pôs o seu melhor ar de mater dolorosa. Mas não lhe saiu lá muito convincentemente. Na verdade, parecia-se mais com uma virgem ofendida pelas más-línguas, daquelas línguas que orquestram campanhas negras e que agora querem fazer parecer a todos que a mais cândida das virgens é afinal a mais promíscua, ordinária e porcalhota das meretrizes. Sim, ele, modelo de virtude, homem trabalhador e sério, de cuja boca seria incapaz de sair uma falsidade, uma mentirinha desculpabilizadora sequer, é dele que dizem estar a mentir! E quem diz tamanha barbaridade? Uns miúdos ordinarecos de Setúbal, espécie de arruaceiros, que não são metidos na linha pelos seus chefes; chefes que, suspeita-se, estarão por trás das tais campanhas negras; serão eles as comadres que, incapazes de permanecerem fiéis ao seu voto de castidade, lançam a hedionda suspeita sobre a flor da inocência. E ainda por cima pintam essa cândida virgindade com um nariz de aspecto fálico. Que asquerosos!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Inveja

"Professores franceses atiram sapatos contra Ministério da Educação" correu ontem em notícia. (link para o iol em baixo)Apenas deixo aqui este registo e duas notas: a primeira, claro, é a minha inveja por esta acção (confesso que me imagino, deleitado, a mandar uma botifarra... sabem a quem?); a segunda é que a acção do jornalista iraquiano está a ter repercussões em todo o mundo, algo que, acredito, Muntadar al-Zaidi não esperaria. São coisas da globalização. Mas não é de estranhar, pois a revolta, também ela, é global.
http://diario.iol.pt/internacional/professores-franca-iol-protesto-sapato/1039526-4073.html

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Boa-Hora?


Hoje à noite, na reportagem pós telejornal da SIC, fiquei a saber que o tribunal da Boa-Hora vai fechar e que será proximamente um hotel de charme. Mais um imóvel com o mesmo e invariável destino. Em plena crise do sistema liberal insiste-se no mesmo expediente, o que é apetecível que passe para os privados, quase sempre para hotéis destinados à grande burguesia, essa mesma constituída na sua maioria pelos responsáveis pela dita crise. Que lucros tira o Estado - todos nós -, destas medidas? Por certo muito pouco, apenas um ligeiro atenuar da dívida.
Outros tirarão lucros. Imediatos ou alongo prazo na lógica da troca de favores que vai corrompendo a sociedade portuguesa. Mas será bom que não haja interesses ingleses à mistura.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Mais um "caso"...

Quem terá dúvidas que o caso Freeport tem contornos de favorecimento especial? Um processo terminado in extremis por um governo em fim de mandato - ai meu Deus, antes que ele acabe!; despachando em poucos dias o que antes levara meses; e, mais do que tudo, a alteração da Zona de Protecção Especial (ZPE) em simultâneo, que é para o empreendimento caber lá dentro, albarda-se o burro à ordem do dono.
Estes foram os contornos verídicos do caso. Os outros - os que ficarão por saber -, são as trocas de favores e de luvas à mistura. Um tio que diz que patrocina um encontro; um sobrinho que não se lembra; um primo que diz que sim; outro primo que envia um mail suspeito. Enfim... é o chico-espertismo dos novos-ricos. O problema não está em serem novos-ricos. O problema está na forma como enriquecem e nos valores (neste caso na ausência deles) que veiculam. Tudo vale: o favorzinho pessoal, o tráfico de influências, o abuso de poder (para delimitar a bel-prazer a ZPE); a fuga aos impostos (quem acredita que a empresa do tio Monteiro só facturou 25 mil euros no ano passado?). Tudo vale, para quem pode, no pequeno País de Sócrates. O Estado grande é o microcosmos da aldrabice e dos favorecimentos, a autarquia fica para os mais pequenos. O poder caiu para o lado dos pintas chico-espertos. Para isso não seria melhor cair na rua?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Coincidências

Um só dia depois da eleição de Obama para presidente dos States, eis que Portugal anuncia que retirará do Iraque.
Lembra-me aqueles miúdos que acompanham sempre com os mais fortes. Os jornalistas que concordam sempre - e suportam -, o poder. Nas escolas por onde andei havia sempre aqueles professores amigos dos conselhos directivos, quaisquer que eles fossem. Claro que não foi nada disto que se passou, tudo foi apenas uma simples coincidência.
(agora que Obama ganhou nos states, parece que afinal o nosso PS é de esquerda; até já chegou à página da agenda em que é permitido o casamento homossexual que condenou há menos de um ano).

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

20 de Janeiro de 2009

Ao longo dos últimos anos fui sentindo um desprezo a raiar o ódio pelos States. Hoje percebo que isso não era mais do que a ressaca de uma desilusão de amor. Cresci a ouvir Dylan, Neil Youg, Pete Seeger, Zappa, Lou Reed, Tom Waits e tantos, tantos, tantos outros. Na minha adolescência Mark Twain ensinou-me a gostar de literatura, Steinbeck e Whitman marcaram-me profundamente. Mais recentemente deixei-me levar por Auster. E muitas mais referências poderia eu aqui debitar.
Mas nos últimos anos daqueles lados tem vindo o pior da política ocidental: a guerra, a intolerância, o fanatismo religioso cristão e, porque não dizê-lo, o despotismo e a estupidez.
Agora, quero acreditar, esses tempos parecem estar a chegar ao fim. Nunca me considerei um optimista, talvez reconheça que serei um tanto ingénuo, mas - que diabo! - este Obama voltou a dar-me fé. E hoje foi dia que poderá ficar para a história. Não para aquela história da estatística efemeridal do primeiro presidente negro ou qualquer coisa do género. Tenho esperança que fique para a história como o regresso da América ligada à terra de oportunidade e de esperança, e que essa liberdade e esperança se possam espalhar pelo mundo. Que fique para a história como o início de uma grande transformação que abra as portas a uma verdadeira revolução mundial da liberdade e da justiça da distribuição de riqueza. Será apenas ingenuidade, esta esperança? Talvez. É que, ao fim e ao cabo, este povo que elegeu Obama, deu por duas (!) vezes a vitória a essa monstruosidade de estupidez e ignorância que foi Bush (e que agora me dá pena, vendo-o sair só e abandonado pelos seus antigos amigos - que eram desta laia os seus amigos). E só apetece ouvir estes velhos teminhas:




segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Quanto custa o simplex?

Dia de greve, dia de luta.
O segundo do ano e com adesão semelhante: os dados da minha zona apontam todos para perto dos 90%. Quer dizer, então, que o chamado "simplex" não nos cativou. E a razão é simples: o "simplex" é mais uma fantochada, uma avaliação que não é, e apenas transitória, quando acabasse lá voltaríamos ao mesmo. Ora já em Março do ano passado, aquando da manifestação dos 100 000, a ministra tinha adiado a coisa e depois logo se via. Foi a tal assinatura do memorando com os sindicatos. E foi o que se viu.
Não quero entrar em pormenores de trabalho, mas apenas para chamar à atenção - sobretudo dos não professores - para este pormenor: a aplicação deste modelo de avaliação, e agora do simplex, custa milhões ao país. Deveria haver algum especialista que fizesse este cálculo. Pelo segundo ano consecutivo existem professores em comissão de serviço, logo a vencer mais, mas que acabaram, pelo adiamento do modelo, por não desempenhar cabalmente as suas tarefas. Com o simplex existe a possibilidade de novas comissões de serviço, de contratações de avaliadores noutras escolas com as despesas inerentes, reduções no horário que podem provocar horas extraordinárias. Tudo em nome de um modelo de avaliação que os professores não querem. Tudo por causa de uma teimosia do governo que, está à vista, quer defender o indefensável (se o modelo fosse bom já tinha sido aplicado). Delapidam-se mais recursos financeiros do país (e em época de crise) por uma birra da senhora ministra, esbanja-se dinheiro na educação, dando-o a professores que preferem não o receber - como mostram as manifestações e greves - quando o país tanto dele precisa, se calhar a começar na própria educação. É esta uma das corrupções do poder: gastamos o dinheiro de todos onde nós, os iluminados, decidimos. E mesmo que verifiquemos o nosso engano, continuaremos firmes e resolutos, que mais vale gastá-lo do que... "perder a face". É assim na educação e no TGV.