sábado, 19 de junho de 2010

Luto



José Saramago morreu. Porventura o melhor escritor português de sempre, em opinião estritamente pessoal, mais do que subjectiva, e sujeita, somo todas as opiniões, a ser alteradas durante a vida. Como escrevi para João Aguiar há apenas alguns dias atrás, entristece-me pensar que não poderei ler o seu próximo livro (se o ler, ao que parece, será um inacabado). E eu que sempre aguardei com alguma ansiedade o seu próxmo livro, desde que li o"Memorial do Convento".

Lembrei hoje a imagem - tão forte para mim quando escutei a história - da morte se Camões: a minha professora da primária contou-me que ele tinha morrido ao ver Portugal nas vésperas da perda de sua independência. Morrido de desgosto pela sua pátria. Bem sei que Saramago até era um iberista, teria visto com alegria outro 1580. Mais era mais ainda: um cidadão do mundo. E talvez por ser isso mesmo: um cidadão do mundo, um defensor dos povos e dos humilhados, tenha morrido com um desgosto da mesma matéria do de Camões, desgosto ao ver o caminho que este mesmo mundo leva.

Sem comentários: