segunda-feira, 18 de maio de 2009

A propósito de uma prova de aferição mal feita

Hoje fiquei um bocado xateada com a ministra da educação. O professor Évora farta-se de falar mal dela e, secalhar, terá alguma razão. Ora eu paço a explicar:
A Vanessa Filipa é uma namoradinha do meu filho Fábio André que anda no sexto ano. É muito boa moçinha, ajuda muito os paise quando aparece cá pelo snack bar dá-me sempre um beijinho. Gosto muito dela (é sempre tão difícil ver-se gente assim educadinha que nos fala sempre). Parece que não dá muito para a escola pois já reprou duas vezes, mas axo sinceramente que deve ser incompriensão dos professores, mixturada com alguma timidez dos pais que não vão lá há escola pôr os pontos nos is com os professores (axo que tenho´de ser eu a próxima encarregada de educação da Vanessa Filipa). Ora acontece que hoje a Vanessa Filipa fez prova de aferição de Língua Portugiesa. Ela disse que aprova até que tinha sido "bué da fácil" mas o pior foi a composição. Então não é que pediram aos miúdos do 6º ano para fazerem uma redacção sobre um livro que tivessem lido! Vejam bem: a gaiatos do sexto ano anda-se a pedir que escolha um livro que tivessem lido" Com tanta coisa gira que à para fazer, no século da internet, do MP3, das playstations, dos telemóveis, anda-se à espera que crianças de 11 anos - como é a maioria que anda no 6º ano - leiam livros??? Mas quem fez este exame pensa que o país parou lá no tempo em que os comunas queriam mandar nisto tudo?? Se calhar não é a ministra que tem culpa, mas algum professor que para a tramar foi pôr esta pergunta na prova de aferição. E depois admiram-se que os resultados sejam negativos e piores que o resto da Europa onde não fazem questões destas!
É que eu sei do que falo, que até estudei até ao antigo 8º unificado. E há pouyco tempo, graças às novas oportunidades fiz um rvcc de 9º ano e agora estou a fazer um de 12º ano que devo terminar ainda antes do Verão! Mas quando fui fazer este rvcc disse logo assim ao formador (que ele não gosta de ser tratado por professor mas sim por formador lá terá as suas razões): "olhe lá ó fomador eu cá sou uma mulher de trabalho e não tenho tempo para andar a ler livros." E vai ele descansou-me logo e disse-me que agora, no século XXI português já não é preciso ler livros para ter o 12º ano, o que é preciso são as competências e isso nada tem a ver com literatura. Ele mesmo o único livro que leu foi o da Carolina Salgado e à pouco tempo. E fiquei descansada. Ah, que assim, a desenvolver competências e a certificar quem trabalha é que o país vai para a frente. Obrigado Sócrates pelas novas oportunidades, que tu não te esqueces de nós.
Ah... quando me lembro dele só me apetece suspirar... Ah... minha patanisca fofa, o que te faltará para seres perfeito?

2 comentários:

Carmo V. Romão disse...

Julinha, minha amiga, não achas que devia ser obrigatório,para terminar o 12º pelas Novas Oportunidades ler pelo menos a biografia do Cristiano?
Sim porque a Carolina já era. Mas isso é porque eles já são mais velhos. Mas viste aquela prova indecente, a do 4º ano, que falava da utilização de uma biblioteca? Vê lá, cada vez perguntam coisas mais difíceis para tramar os putos.
Acho que a tua «nora» vai ser de grande ajuda aí no snack. Pode sempre fazer aí o estágio de um profissional de hotelaria. Que tal?
Dá sempre jeito para lavar uns copos. Até sempre, amiga

Julinha disse...

Do Cristiano, não! Embirro com o miúdo que tem muitas borbulhas para o meu gosto. Olha, Carmo: nós não devemos ter vergonha de sermos mulheres modernos e a verdade é que os livros hoje não servem para nada. Já imaginastes o que se poupava nas escolas se não comprassem livros para a biblioteca? E os manuais escolares? É o dinheirinho que mais me custa a dar é o dos manuais (o que falta porque ainda vou tendo escalão B). Porque é que o ministério não disponibiliza online para download? Ainda falas em ler um livrinho para o 12º ano! Não deves saber como são muitos professores que por aí andam que querem que mos miúdos, mesmo os do 3º ciclo leiam os manuais todinhos! É que te digo, minha querida: não devemos ter medo de ser mulheres modernas neste país: os livros já não servem para nada que agora temos computadores e tv cabo!