quinta-feira, 22 de maio de 2008

Conhecer-me-ão. O meu nome é Sérgio Patinha e sempre gostei de graffitis. Não daqueles graffitis modernos, urbanos e todos bonecos. Do que sempre gostei foi de pintar nas paredes dos outros frases de intervenção política. Quanto mais belas e imaculadas fossem as paredes, maior era a tentação. Talvez o tenha herdado do meu pai que, em 1968, pintou nas paredes do Banco de Portugal em Faro "Morte à Situação". Eu, por mim, gostava de pintar frases mais anarquistas e na minha juventude corri os cemitérios do Algarve a escrever "Mortos da vala comum ocupem os jazigos". Como gostava dessa frase! Sei que o meu amigo Fernando Évora, proprietário deste blogue (ele diz que não, mas tem mentalidade burguesa e gosta de ser proprietário) não é muito dado a estas coisas. Sempre cheio de pruridos, o rapaz. Tem um discurso esquerdista mas depois é só mais um banana. No entanto, posso-vos assegurar que já pintou paredes. Foi um dos que, comigo, pintou nas paredes do liceu (como os tempos escolares mudam) a frase "Morte aos Queques", no local onde algumas destas pretensas amostras de montra de pastelaria se reuniam. O pessoal desse tempo de Faro lembrar-se-á da frase. E esse pessoal obviamente que não é velho jarreta, como insinuou neste blogue.
Tudo isto apenas para vos colocar aqui esta foto. Não fui eu que escrevi, que embora tenha muitos defeitos não gosto daquela contracção "Po". Fotografei-a na Covilhã. Interessante, não é? O que quereia o autor dizer? Dá que pensar. E fica bem o tipo de letra, o tamanho e, sobretudo, a cor. Não é por eu ser do Benfica, mas o vermelho ali dá um toque "realista".
E qualquer dia não é só a realidade que foi. É também a virtualidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Sérgio Patinha,

Roubo-lhe os graffitis em presença pois são a melhor legenda possível para uma notícia que li na imprensa de hoje: a de que o nível de disparidade de rendimento entre ricos e pobres em Portugal é de longe o mais grave de toda a União Europeia, superando mesmo o dos Estados Unidos da América - é o que revela o retrato exaustivo da situação social europeia preparado pelos peritos da Comissão Europeia.

Um quadro negro que me parece justificar respostas o mais políticas possível.

Mas como não sou só Razão, admitirei que tanto o anarquismo (só juvenil?), seu e do senhor seu pai, como a doçura de carácter que denuncia no seu amigo e criador deste blog me inspiram simpatia. Alexandra Lobão