quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sinais

Não gosto do nosso primeiro-ministro no parlamento. Não é só o não gostar, é mesmo uma profunda embirração. Aquela forma de falar, aquela arrogância, aquele verberar irritado que tem razão, e então quando se põe de mão fechada e dedinho espetado à velho reitor de liceu fascista... É sempre um discurso oco. Depois vem a mesma muleta de sempre"Eu não recebo lições de ninguém..." Claro que não recebe! Já disse que não recebe lições de democracia, de esquerdismo, de diálogo, de socialismo. Hoje foi com a deputada Ana Drago, não recebia lições já nem lembro do quê. Quando é atacado lá vem a história das lições ou a variante do você não tem o monopólio da posição política. E é claro que não recebe lições (excepto de Inglês técnico, bem entendido). Mas adiante.
É que gosto de ver os sinais do descontentamento. Esta arrogância não pode demorar sempre. Este neoliberalismo que nos está, um pouco em toda a Europa, a retirar direitos conquistados com tanto esforço, e sangue, durante mais de um século, enfrenta sinais de oposição mais forte. Manifestações em Bruxelas, duzentos mil nas ruas de Lisboa. Claro que o ministro Vieira da Silva veio logo dizer que não se importava se fossem dez mil ou um milhão. Percebe-se. Não quer saber dos que que se lhe opõem, não lhe interessa se são muitos ou poucos, pensa que lhe basta o apoio dos grupos económicos ou financeiros.
Mas eu, talvez porque esperançado, vejo aqui sinais. E gosto destes sinais.
Será que ainda viverei outra Primavera. Outro dia inteiro e limpo?

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