quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Dia de greve (2)

100 000 professores na rua em Março; 120 000 em Novembro; hoje, quantos somos a fazer greve? 130 000? (embora o sr. secretário de estado diga que em Lisboa estavam só 53% em greve - que ridículo, sr. Pedreira, ainda alguém acredita em si?). Mas o ministério insiste em manter o modelo, agora até já diz que as alterações propostas para este ano poderão durar mais uns quantos. Noto aos que sempre acusaram o anterior modelo de avaliação de não distinguir bons de maus que este - e, sobretudo, com as alterações - dificilmente poderá levar a uma classificação negativa. Mais: com as novas propostas, o modelo ficará bastante caro em horas extraordinárias e ajudas de custo. Tudo para não "perder a face". Tudo isto já foi longe de mais. O governo tem que nos ouvir; vai ter de acabar por ceder. Somos muitos, e na nossa imensidão reina demasiada heterogeneidade para não termos a razão. Democracia não é só ser eleito; é também negociar, conversar. Sócrates tem que pensar que não é, como alguém disse, "um ditador eleito". Sócrates tem que pensar que democracia também é cidadania. E, como tal, tem que pensar num sistema diferente. Que até lhe pode ficar mais barato, economicamente falando. Porque esta insistência vai-lhe ficar muito cara, democraticamente falando.

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