terça-feira, 20 de janeiro de 2009

20 de Janeiro de 2009

Ao longo dos últimos anos fui sentindo um desprezo a raiar o ódio pelos States. Hoje percebo que isso não era mais do que a ressaca de uma desilusão de amor. Cresci a ouvir Dylan, Neil Youg, Pete Seeger, Zappa, Lou Reed, Tom Waits e tantos, tantos, tantos outros. Na minha adolescência Mark Twain ensinou-me a gostar de literatura, Steinbeck e Whitman marcaram-me profundamente. Mais recentemente deixei-me levar por Auster. E muitas mais referências poderia eu aqui debitar.
Mas nos últimos anos daqueles lados tem vindo o pior da política ocidental: a guerra, a intolerância, o fanatismo religioso cristão e, porque não dizê-lo, o despotismo e a estupidez.
Agora, quero acreditar, esses tempos parecem estar a chegar ao fim. Nunca me considerei um optimista, talvez reconheça que serei um tanto ingénuo, mas - que diabo! - este Obama voltou a dar-me fé. E hoje foi dia que poderá ficar para a história. Não para aquela história da estatística efemeridal do primeiro presidente negro ou qualquer coisa do género. Tenho esperança que fique para a história como o regresso da América ligada à terra de oportunidade e de esperança, e que essa liberdade e esperança se possam espalhar pelo mundo. Que fique para a história como o início de uma grande transformação que abra as portas a uma verdadeira revolução mundial da liberdade e da justiça da distribuição de riqueza. Será apenas ingenuidade, esta esperança? Talvez. É que, ao fim e ao cabo, este povo que elegeu Obama, deu por duas (!) vezes a vitória a essa monstruosidade de estupidez e ignorância que foi Bush (e que agora me dá pena, vendo-o sair só e abandonado pelos seus antigos amigos - que eram desta laia os seus amigos). E só apetece ouvir estes velhos teminhas:




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