domingo, 25 de janeiro de 2009

Mais um "caso"...

Quem terá dúvidas que o caso Freeport tem contornos de favorecimento especial? Um processo terminado in extremis por um governo em fim de mandato - ai meu Deus, antes que ele acabe!; despachando em poucos dias o que antes levara meses; e, mais do que tudo, a alteração da Zona de Protecção Especial (ZPE) em simultâneo, que é para o empreendimento caber lá dentro, albarda-se o burro à ordem do dono.
Estes foram os contornos verídicos do caso. Os outros - os que ficarão por saber -, são as trocas de favores e de luvas à mistura. Um tio que diz que patrocina um encontro; um sobrinho que não se lembra; um primo que diz que sim; outro primo que envia um mail suspeito. Enfim... é o chico-espertismo dos novos-ricos. O problema não está em serem novos-ricos. O problema está na forma como enriquecem e nos valores (neste caso na ausência deles) que veiculam. Tudo vale: o favorzinho pessoal, o tráfico de influências, o abuso de poder (para delimitar a bel-prazer a ZPE); a fuga aos impostos (quem acredita que a empresa do tio Monteiro só facturou 25 mil euros no ano passado?). Tudo vale, para quem pode, no pequeno País de Sócrates. O Estado grande é o microcosmos da aldrabice e dos favorecimentos, a autarquia fica para os mais pequenos. O poder caiu para o lado dos pintas chico-espertos. Para isso não seria melhor cair na rua?

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