segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Quanto custa o simplex?

Dia de greve, dia de luta.
O segundo do ano e com adesão semelhante: os dados da minha zona apontam todos para perto dos 90%. Quer dizer, então, que o chamado "simplex" não nos cativou. E a razão é simples: o "simplex" é mais uma fantochada, uma avaliação que não é, e apenas transitória, quando acabasse lá voltaríamos ao mesmo. Ora já em Março do ano passado, aquando da manifestação dos 100 000, a ministra tinha adiado a coisa e depois logo se via. Foi a tal assinatura do memorando com os sindicatos. E foi o que se viu.
Não quero entrar em pormenores de trabalho, mas apenas para chamar à atenção - sobretudo dos não professores - para este pormenor: a aplicação deste modelo de avaliação, e agora do simplex, custa milhões ao país. Deveria haver algum especialista que fizesse este cálculo. Pelo segundo ano consecutivo existem professores em comissão de serviço, logo a vencer mais, mas que acabaram, pelo adiamento do modelo, por não desempenhar cabalmente as suas tarefas. Com o simplex existe a possibilidade de novas comissões de serviço, de contratações de avaliadores noutras escolas com as despesas inerentes, reduções no horário que podem provocar horas extraordinárias. Tudo em nome de um modelo de avaliação que os professores não querem. Tudo por causa de uma teimosia do governo que, está à vista, quer defender o indefensável (se o modelo fosse bom já tinha sido aplicado). Delapidam-se mais recursos financeiros do país (e em época de crise) por uma birra da senhora ministra, esbanja-se dinheiro na educação, dando-o a professores que preferem não o receber - como mostram as manifestações e greves - quando o país tanto dele precisa, se calhar a começar na própria educação. É esta uma das corrupções do poder: gastamos o dinheiro de todos onde nós, os iluminados, decidimos. E mesmo que verifiquemos o nosso engano, continuaremos firmes e resolutos, que mais vale gastá-lo do que... "perder a face". É assim na educação e no TGV.

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