segunda-feira, 10 de novembro de 2008

(professor na manifestação de 8 de Novembro, foto iol)
Já ninguém duvida do carácter patológico da ministra da educação. Tempos houve em que pensei que ela até tinha um qualquer projecto educativo, uma espécie de ideia académica que eu, na minha simplicidade, não conseguia atingir. Depois, julguei que afinal tudo o que fazia era apenas para poupar dinheiro. Vejo agora como estava enganado. Maria de Lurdes não tem ideias para a educação, nem sequer espírito economicista. Não tem nada. É apenas um tijolo obtuso que um truque de casting fez passar por ministra. Tudo o que a move é um ódio enorme contra os professores. Aquela conversa dos 4/5 de professores que não querem ser avaliados porque não querem é trabalhar estarem a intimidar as escolas cumpridoras, nem na velha memória das forças de bloqueio encontra paralelo, no que a estupidez diz respeito.

E depois veio logo o Sócrates a secundá-la, com a sua conhecida arrogância. Não ficam impressionados com cento e vinte mil professores na rua, não querem saber da opinião dessa cambada, fazem o que muito bem entenderem e estão-se nas tintas para os professores. Querem ir para a rua? Vão! Querem fazer greve? Façam, que se a greve causar perturbação temos sempre a requisição civil ou os serviços mínimos. Que resta então aos professores? Dentro do quadro democrático que os mesmos insistem -parvamente - em defender, nada! Há uma negociação fingida, está-se mesmo a ver; há um ignorar de argumentos e de presenças na rua. A única opção que parece estar a alastrar pelo profs é a sempre controversa desobediência civil. Nesse sentido, e pelo que vamos percebendo na net - que a comunicação social pouco diz a esse respeito -, existem muitos professores a não fazerem a sua parte enquanto avaliados ou avaliadores. É um caminho e não duvido que a senhora ministra tentará castigar exemplarmente todos os infractores.

Por isso, aconselho aos professores outro caminho: o da acção directa. É que neste sistema já não existe saída. Não há diálogo, não há respeito pelas outras ideias/opiniões/posições; não há aquilo a que muitos chamam a essência da democracia. A situação dos professores é apenas o microcosmos daquilo que se transformou o jogo de poder em Portugal, em que uma rica classe de mafiosos, protegidos pelo seu exército de boys e bufos faz o que muito bem lhe entende. E esta cambada de criminosos (são muito mais do que simples vegaristas ou aldrabões como, também erradamente, cheguei a pensar serem) perdeu a vergonha e a noção da decência.

Resta a esperança, já alvitrada, que os militares peguem de novo em armas e desta vez se deixem de revoluºões poéticas com flores. O que vai ser difícil, apenas porque pertencemos à União Europeia. É a primeira consequência verdadeiramente má dessa pertença. Mas, ao fim e ao cabo, em 1974 também pertencíamos à NATO.

É que, se calhar, nós podemos.

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