domingo, 19 de abril de 2009

EIRE

Aquando do célebre referendo na Irlanda que ditou o "não" à constituição europeia disfarçada prometi, aqui debaixo do telhado do Gato Esteves e numa noite de copos com o Fernando Évora, que haveríamos de visitar a Irlanda como prova do nosso agradecimento. Ora bem, esse momento foi nesta Páscoa aproveitando o facto do Rochinha ter fechado aqui o snack-bar.
Assim, parti com o meu amigo, mais a sua família, para essa ilha que soube dizer não aos neoliberais europeus. (agora que falo nisso, nunca mais ouvi falar dessa constituição tão neoliberal depois de estalar esta maldita crise; será um reconhecimento de que o tratado que dava peneiras ao Sócrates por se chamar de Lisboa era uma catástrofe económica?).
Dessa viagem, de que haveria muito a dizer (mais um paraíso para a ASAE poder fechar tudo, tal como no resto da Europa: açucar em bule, leite em bule o dia todo em cima das mesas, estabelecimentos sem casas de banho, etc), deixo aqui apenas duas notas, acompanhadas de fotografia (bem sei que são beras, mas então):
1- Um certo fundamentalismo católico: na sexta-feira santa é proibido vender bebidas alcoólicas em toda a Irlanda. Assim, ateus como nós que buscavam a sua guiness ficaram a beber água (imagine-se a água a acompanhar um irish stew). Vejam o ar desiludido do meu companheiro de viagem em Kildare (terra com história na luta contra os ingleses) em frente aum daqueles pub de livrinho, de romaria de culto, depois de ter bebido um cházinho...
2- Havia marcas da crise um pouco por todo o lado. Não que se vissem sem abrigo ou pobres nas ruas. Mas havia sinais da delacção, como o que segue na segunda foto, anunciando diminuição de preços por causa da recessão.


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